Associação de Moradores do Centro Histórico de Santarém com novo fôlego e reivindicações
Caderno com trinta medidas para melhorar essa zona da cidade já foi entregue na câmara. A associação que representa quem vive no centro histórico de Santarém tem uma nova direcção e um rumo, depois de ter estado algum tempo praticamente inactiva. Os novos dirigentes querem fazer parte da solução e terem um papel activo nas reivindicações para melhorar esta zona da cidade.
A Associação de Moradores do Centro Histórico de Santarém está com um novo fôlego e quer reivindicar melhores condições para a parte velha da cidade, onde se estima que residam meio milhar de pessoas. A nova direccção já entregou à câmara um caderno com trinta propostas de intervenção, nas quais a associação quer também ter um papel activo de colaboração. O novo presidente, Francisco Pombas, que dá voz aos moradores da zona depois de algum tempo em que a associação esteve no marasmo, considera que se só consegue melhorar as condições do centro histórico com força reivindicativa, porque em termos de importância eleitoral essa zona tem pouco peso.
Com seis dezenas de sócios, a associação pretende ter uma actividade proactiva e já foram criados três grupos de trabalho, entre associados, para as áreas da mobilidade e estacionamento, segurança e civismo e património e limpeza. Francisco Pombas diz que se está a arrumar a casa e a colocá-la em funcionamento, com o alento de na assembleia geral das eleições, que marcou o reactivar da associação, terem comparecido uma centena de pessoas. Para o dirigente de 53 anos, engenheiro electrotécnico, que sempre viveu em Santarém e trabalha em Lisboa, se a associação conseguir apresentar propostas exequíveis é um bom suporte para o executivo camarário.
A associação propõe que a câmara elabore um plano de pormenor de salvaguarda do centro histórico, criando regras iguais para todos de modo a facilitar os licenciamentos, sugerindo também que a autarquia sirva de exemplo e não deixe que os edifícios públicos apresentem sinais de degradação. Nesse sentido defende também que se deve implementar programas de incentivos à reabilitação de casas, sobretudo para fins de casa própria.
Na área do património, a associação defende ainda que a câmara penalize os proprietários de casas devolutas, agravando-lhes as taxas de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Outra das ideias é que se mande retirar as cablagens de electricidade e telecomunicações das fachadas, solicitando ainda o emparedamento de prédios devolutos e um programa de controlo de pragas, sobretudo de pombos.
Reforço do policiamento e videovigilância
Na segurança, as propostas entregues vão em primeiro lugar para o reforço do policiamento no centro histórico, para a implementação de câmaras de videovigilância e de sistemas de detecção automática de incêndios. Os moradores requerem ainda a manutenção dos passeios e pavimentos, o reforço da limpeza, bem como a instalação de casas de banho públicas.
O trânsito e o estacionamento é outra matéria que preocupa a associação, propondo-se a marcação de lugares no pavimento no largo Padre Chuiquito e o reforço de acções de policiamento que controlem o estacionamento anárquico. Defende que sejam criadas zonas de estacionamento para moradores e que seja adquirido o terreno em frente ao devoluto Rosa Damasceno para se criar estacionamento. Os moradores querem que a rua Serpa Pinto seja aberta ao trânsito entre as 20h00 e as 08h00, apenas para residentes, permitindo a saída pela Praça Sá da Bandeira.