Segurança Social impõe eleições antecipadas em instituição de Malaqueijo
Acto eleitoral está marcado para dia 25 de Maio. A presidente da direcção do Centro de Bem Estar Social Malaqueijo Solidário é acusada de criar instabilidade interna. Várias funcionárias despediram-se e há processos em tribunal contra a dirigente, que refuta as acusações.
A Segurança Social de Santarém deu ordem para que o Centro de Bem Estar Social Malaqueijo Solidário convocasse eleições antecipadas a meio do mandato dos orgãos sociais dessa instituição do concelho de Rio Maior, que tem como presidente da direcção Dora Branco. Na base da decisão está o facto de alguns membros da direcção, quando tomaram posse, não serem sócios da instituição há pelo menos 12 meses, como obrigam os estatutos em vigor.
No entanto, O MIRANTE sabe que este acto eleitoral, marcado para 25 de Maio, foi precipitado também por questões de instabilidade interna na creche de Malaqueijo, valência que esta instituição gere. Dora Branco é acusada de ser autoritária e de criar situações de conflito e mau ambiente que terão levado ao pedido de demissão de algumas educadoras de infância e auxiliares de acção educativa que estavam na creche desde a sua fundação.
O MIRANTE falou com a presidente da direcção que nega todas as acusações que lhe são feitas e, segundo o presidente da mesa da assembleia geral, chega mesmo a falar em “complô” contra a sua pessoa, por parte de algumas pessoas da instituição e até mesmo da Segurança Social.
Segundo O MIRANTE apurou, em 10 funcionários da creche, metade saíram, seja por não renovação dos contratos de trabalho, seja por opção. Algumas funcionárias apresentaram queixa na Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e há pelo menos um processo em tribunal contra a presidente da direcção. O MIRANTE tentou falar com algumas funcionárias, que não quiseram prestar declarações.
No entanto, segundo conseguimos apurar, Dora Branco terá um papel muito presente na instituição, alterando as regras de funcionamento, que leva a uma desorganização na rotina diária das crianças.
Para além dos funcionários da creche de Malaqueijo, também uma vogal e o tesoureiro da direcção já apresentaram as suas demissões.
Mobilização para criar lista alternativa
Mário Machado, actual presidente da assembleia-geral do Centro de Bem Estar Social Malaqueijo Solidário, foi membro fundador da instituição, esteve 12 anos ligado à direcção, nove dos quais como presidente da direcção, e não esconde a tristeza ao ver a instituição neste estado. O responsável marcou uma reunião no sábado, 11 de Maio, para tentar mobilizar os sócios para a constituição de uma lista para a direcção, para tentar terminar com esta instabilidade.
A Malaqueijo Solidário tem cerca de 500 associados, embora sejam poucos os que têm um papel activo na instituição. “Não seria saudável”, refere o presidente da mesa da assembleia, que a actual presidente voltasse a assumir o cargo, pois no seu entender, é a causadora de tanta instabilidade e rotatividade do pessoal. “Desde que abrimos a creche temos mantido sempre os mesmos funcionários, apenas fomos aumentando conforme a necessidade de resposta. Sempre renovámos os contratos e nunca houve um caso de despedimento. Posso dizer que, neste espaço de dois anos e meio do mandato desta presidente, a rotatividade foi de tal forma que não conheço, actualmente, mais de metade do quadro de pessoal”, refere Mário Machado.