A empresa brasileira Tectania – Tecnologia Automóvel, Lda. pediu a prorrogação por um ano do prazo de assinatura do contrato de compra e venda de um terreno na zona industrial de Abrantes e para submeter o projecto de uma unidade industrial a controlo urbanístico. A Câmara de Abrantes aprovou, por unanimidade, em sessão camarária, estender o prazo até 15 de Maio de 2020.
“Estamos a falar de uma empresa que está com algumas dificuldades devido à instabilidade política que se vive no Brasil e também devido à desvalorização da moeda nesse país. Por isso aceitamos este pedido de prorrogação por um ano do prazo de assinatura do contrato”, explicou o presidente do município, Manuel Valamatos (PS).
A Tectania tem previsto um investimento de 44 milhões de euros na unidade industrial que pretende instalar no Parque Industrial de Abrantes, sendo que a instalação da unidade será faseada até 2023. Está prevista a criação de 251 postos de trabalho. A Tectania dedica-se à investigação e fabrico de veículos automóveis e motociclos para o segmento Off-Road.
Manuel Valamatos considera os argumentos da empresa válidos e refere que não é a primeira vez que as empresas pedem mais tempo para a sua instalação. Apesar de terem votado favoravelmente, os vereadores da oposição demonstraram apreensão em relação a este impasse na instalação da empresa dirigida por dois empresários brasileiros. “Não será pelo Bloco de Esquerda que este investimento será hipotecado por isso vamos votar a favor”, disse o vereador Armindo Silveira, pedindo para ser informado sempre que houver alguma alteração ao processo. O vereador Rui Santos (PSD) afirmou que este negócio parece estar encalhado e que não há desenvolvimentos há 14 meses.
A Câmara de Abrantes aprovou em Maio de 2018 uma candidatura da empresa Tectania – Tecnologia Automóvel, para aquisição a preço simbólico de um terreno no Parque Industrial de Abrantes e a concessão de apoios de natureza fiscal e para instalação de uma empresa exportadora da indústria automóvel, motorizadas e motociclos, no âmbito do quadro de incentivos fiscais do município a projectos empresariais.
O vereador Rui Santos recordou o momento em que a anterior presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (que este ano assumiu o cargo de secretária de Estado do Desenvolvimento Regional), anunciou este investimento. “A sua antecessora gostava muitos destes ‘show-offs’ e este não é o primeiro caso ao longo de oito anos em que Maria do Céu Albuquerque esteve na presidência e que depois os projectos caem por terra, não dão em nada”, sublinhou, dirigindo-se a Manuel Valamatos. “Não tenho grande esperança que a Tectania se venha a instalar em Abrantes”, concluiu.
Valamatos reconhece que as preocupações dos vereadores da oposição são legítimas mas garante que o município tudo tem feito para criar as melhores condições para a instalação de empresas no concelho. O presidente afirma que mantém contacto com os responsáveis da empresa e que estes pretendem instalar-se em Portugal.