Os chefes coordenadores de emergência da delegação da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima apresentaram a sua demissão numa altura em que o coordenador local e presidente da direcção, José Torres, está hospitalizado.
Segundo o vice-presidente da direcção, Pedro Vieira, os quatro elementos demitiram-se por motivos que não estão directamente relacionados com a delegação. “Foi decisão deles, não temos outra hipótese senão respeitá-la. Agora, a coordenação está em fase de reestruturação e vamos nomear novos chefes e um coordenador local adjunto”, explicou a O MIRANTE. Pedro Vieira adiantou ainda que o assunto deverá estar regularizado dentro de duas semanas, sendo certo que José Torres vai manter-se como coordenador local.
Carlos Mata, um dos ex-chefes, neste caso responsável pela coordenação de resgate e salvamento, referiu a O MIRANTE que o principal motivo se prende com a “falta de condições” para continuarem no exercício das suas funções, uma vez que o coordenador local está ausente. “Acreditamos que deste modo estamos a facilitar a escolha de um novo coordenador, se for o caso, e deste poder nomear uma nova equipa”, acrescentou.
Apesar da demissão em bloco, os quatro chefes responsáveis pela coordenação de serviço diário, de apoio à sobrevivência, resgate e salvamento e de logística continuam como voluntários na delegação de Aveiras de Cima. “Não abandonamos completamente e sempre que é preciso intervimos na coordenação das equipas”, disse.

Delegação apela
ao voluntariado
Para além da crise na coordenação, o número de voluntários na delegação de Aveiras de Cima tem vindo a diminuir, contando actualmente com 54 elementos, quando já foram 96. Numa tentativa de captar novos operacionais, Pedro Vieira afirma que está em curso uma nova captação até ao final do ano. O período da noite é assegurado apenas por uma equipa de socorristas, situação que obriga a que a delegação de Aveiras tenha de “recusar pedidos de socorro do CODU”.
A delegação da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima é reserva de INEM há 18 anos. Para o vice-presidente e socorrista, conseguirem ser “Posto de Emergência Médica (PEM) seria ouro sobre azul, uma vez que garantiria mais uma equipa permanente”.