Homenagem ao campino é uma distinção às tradições ribatejanas
A Feira de Maio, em Azambuja, vive um dos seus pontos altos durante a homenagem aos cavaleiros das lezírias. Este ano foi Fernando Ganhão o contemplado.
Campinos, cavaleiros e amazonas alinharam as suas montadas na Praça do Município para presenciarem um dos momentos altos da Feira de Maio, em Azambuja. A homenagem ao campino realizou-se no domingo, 2 de Junho, e teve como figura de destaque Fernando Ganhão, mais conhecido por “Gadelha”.
Natural de Benavente, tem 66 anos e é encarregado geral na Companhia das Lezírias desde 1998 e campino há 51 anos. Durante a homenagem deixou cair as primeiras lágrimas quando o seu filho, Alexandre Ganhão, também campino de profissão, o cumprimentou do alto da sua montada. A
O MIRANTE, o jovem de 27 anos diz sentir-se “orgulhoso por ter a profissão do pai e sentir o mesmo gosto” pelo trabalho no campo.
Casada há 45 anos com Fernando Ganhão, Deolinda diz não perder uma homenagem. “Já o acompanhei quando foi homenageado no Colete Encarnado (de 2002), em Vila Franca de Xira, e posso dizer que é sempre um orgulho vê-lo ser recompensado desta forma pelo seu trabalho”. No final da homenagem, o campino partilhou com O MIRANTE que “é um orgulho imenso” ver reconhecida a sua dedicação à campinagem, numa homenagem que “pertence a todos os campinos”. Na mesma cerimónia, o campino Rui Santos recebeu o Pampilho de Honra gravado com o nome de Joaquim Isidro dos Santos. Entre outras entidades, estiveram presentes, a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Maria do Céu Albuquerque, o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, e restante executivo municipal.
Campinos são motor de desenvolvimento
Maria do Céu Albuquerque, a secretária de Estado que foi até há três meses presidente da Câmara de Abrantes, evidenciou o “papel determinante” dos campinos na região ribatejana, enquanto alavanca para o “desenvolvimento económico e social, através da agricultura e produção de animais”.
A governante ressalvou ainda a importância de se homenagear em vida, considerando que através da “valorização das pessoas, do património natural e construído, se acrescenta valor à economia”. Durante a homenagem, também Luís de Sousa destacou a dedicação dos campinos à lezíria e o papel crucial que desempenham na produção de gado e no perpetuar das tradições do Ribatejo.
Após a homenagem decorreu o tradicional desfile de campinos, cavaleiros e amazonas pelas ruas da vila, muito aplaudido pelos populares.