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Suicídio - A prevenção como necessidade e urgência
João Protásio Fialho Médico Psiquiatra

Suicídio - A prevenção como necessidade e urgência

João Protásio Fialho - Médico Psiquiatra

Em 2014 a Organização Mundial da Saúde (OMS), no seu primeiro relatório sobre a necessidade de prevenção do suicídio, lançou o alerta para um conjunto de acções coordenadas a desenvolver no mundo devido ao aumento continuado do número de suicídios.
Mais de 800.000 pessoas morrem por suicídio todos os anos, cerca de uma pessoa a cada 40 segundos, estimando-se, dadas as tendências actuais, que este número possa duplicar até 2050.
O suicídio ocorre em todos os países e em quase todas as idades, desde a infância até às idades mais tardias, sendo que globalmente as taxas são mais altas em pessoas com mais de 70 anos.
Contudo em alguns países, e em particular nos últimos anos , as taxas têm vindo a subir de forma significativa entre os mais novos, particularmente na faixa de idades entre os 15 e os 24 anos, onde chega a ser a segunda causa de morte. Considera-se que por cada adulto que morre por suicídio haverá mais de 20 tentativas.
Em Portugal a taxa de mortalidade por suicídio passou de 9,5 por 100.000 habitantes em 2007 para uma taxa de 13,7 em 2015, com um total de cerca de 1.370 pessoas, 4 pessoas por dia em média, que morreram neste ano, valores que mesmo assim estarão subestimados.
Torna-se fundamental apostar na prevenção onde os meios de comunicação social têm um papel naturalmente importante. É importante a transmissão da mensagem de que o suicídio não deve ser um tabu e de que se pode e deve falar dele, sem sensacionalismos e destaque desnecessários, fazendo notar que as pessoas com ideias de suicídio devem pedir ajuda, fornecendo dados concretos onde esta pode ser encontrada.
Poderão ser dadas a conhecer histórias pessoais sobre como são enfrentadas situações difíceis de vida como perdas, lutos e traumas emocionais.
Os principais factores de risco desencadeadores do suicídio são a depressão, perturbações ligadas ao consumo de álcool e drogas, lutos e perdas emocionais assim como situações de assédio e pressão na escola ou no trabalho.
Por fim é de notar que: As ameaças deverão ser levadas a sério, nem sempre sendo simples chamadas de atenção; O suicídio é muitas vezes premeditado e planeado sendo importante estar alerta para os seus indícios e sinais; É importante conversar sobre o assunto de forma responsável e adequada e aconselhar as pessoas em risco a procurarem ajuda junto de psiquiatras ou outros médicos assistentes ou ainda de outros profissionais importantes em saúde mental.
Os números e contactos relevantes poderão ser: SOS Voz Amiga ( 16-24 horas) - 213 544 545 / 912802669/ 963524660 / 800 209 899 - (21-24 horas) e SNS 24 - 808242424 - 24 horas.

Suicídio - A prevenção como necessidade e urgência

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