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Primeiro-Ministro não deve atacar autarcas de concelhos do interior atingidos por fogos

A forma como o primeiro-ministro reagiu às críticas feitas pelos presidentes das câmaras de Mação, Sardoal e Vila de Rei à actuação da Protecção Civil nos incêndios ocorridos naqueles concelhos foi desajustada, injusta e desproporcionada.
Quando António Costa diz, com ligeireza, que os autarcas são os “primeiros responsáveis pela protecção civil em cada concelho”, desviando responsabilidades que sabe bem que não lhes cabem é reveladora de um certo tipo de arrogância de quem acha que não deve ouvir críticas.
Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, já reagiu dizendo que não foi tido nem achado para nenhuma decisão fundamental sobre os incêndios, que nenhuma decisão fundamental lhe foi comunicada e que nem uma satisfação lhe foi sequer dada sobre o evoluir da situação.
O autarca disse ainda que o primeiro-ministro está enganado se pensa que ele é o responsável máximo da Protecção Civil e aconselhou-o, se pensa isso, a dar novas directrizes à ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil), uma vez que aquela entidade nem sequer lhe comunicou o que estava a fazer no seu concelho, nem sequer que estava a evacuar populações.
Tem razão o presidente da Câmara de Mação e o primeiro-ministro devia abster-se de atacar os fracos pois quando é o Presidente da República a criticá-lo, limita-se a baixar as orelhas. Mação, Sardoal e Vila de Rei são concelhos do interior. Concelhos com uma população envelhecida e desprotegida. Concelhos que ao longo dos anos perderam a maior parte da sua população.
Como é que o Governo pode dizer que está a desenvolver políticas para minorar os problemas do interior e ao mesmo tempo atacar os presidentes de câmara que, para além de conhecerem melhor que ninguém os seus territórios e as suas gentes, são pessoas que arregaçam as mangas em alturas complicadas e vão para o terreno, não para dar apoio moral mas para agir e ajudar?
Francisco Cosme

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