O Instituto Politécnico de Santarém é a instituição de ensino superior que perde mais vagas no concurso nacional de acesso ao ensino superior para o ano lectivo 2019/2020. Tem menos 70 vagas disponíveis que no ano anterior. João Moutão, vice-presidente da instituição, diz que a situação se deve a dois factores: a não acreditação do curso de Marketing e Publicidade da Escola Superior de Gestão de Santarém por parte da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), que está a ser reformulado e deve integrar a oferta formativa de 2020; e o encerramento da versão em inglês do curso de Actividade Física e Estilos de Vida Saudáveis da Escola de Desporto de Rio Maior, sem grande procura, uma vez que também existe na versão portuguesa.
O Politécnico de Santarém apresenta este ano 874 vagas para as 20 licenciaturas distribuídas pelas escolas superiores Agrária, de Educação, de Gestão, de Saúde, todas em Santarém, e de Desporto, em Rio Maior. João Moutão desvaloriza a perda de vagas e refere que o importante é preencher as vagas actuais e combater o abandono escolar.
No Politécnico de Tomar há 500 vagas para as 15 licenciaturas ministradas nas três escolas que integram a instituição: Escola Superior de Gestão de Tomar, Escola Superior de Tecnologia de Tomar e Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. O número de vagas é igual ao do ano anterior e regista-se apenas a introdução de uma nova licenciatura em Gestão de Edificação e Obras, que vem substituir o antigo curso de Construção e Reabilitação, com procura nula em 2018. Para este curso estão previstas 20 vagas, o número mais baixo de todas as licenciaturas cujo máximo é de 50 vagas para Gestão de Empresas e Engenharia Informática.

Politécnicos prejudicados com novas regras
Em entrevista recente a
O MIRANTE, João Coroado, presidente do Politécnico de Tomar afirmou que é uma questão de tempo até os politécnicos começarem a atrair mais alunos, um tempo que deve ser, na sua opinião, encurtado por medidas políticas que diminuam a oferta de vagas nos grandes centros. O que parece não estar a acontecer.
Na opinião de Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, os politécnicos foram os mais prejudicados pelas novas regras do Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior para a fixação de vagas para o ensino superior, com o subsector a perder quase uma centena de lugares e um ponto percentual de quota no concurso nacional de acesso.
Das 50.860 vagas que foram colocadas a concurso no regime geral de acesso ao superior, 28.236 (56%) estão nas universidades, mais 98 do que no ano passado. Já os politécnicos perderam 90 lugares face a 2018. Estão agora a concurso 22.624, que representam 44% do total – menos um ponto percentual do que no ano passado.