Foi com um elogio aos “bons empresários” que o Director-geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio, abriu, na tarde de terça-feira, 22 de Outubro em Fátima, a cerimónia de entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano, criados há duas décadas, em parceria com a Associação Empresarial Nersant.
“Firmei convicções muito fortes, e desde há muitos anos, relativamente aos empresários, nomeadamente aos pequenos e médios empresários, quanto ao seu mérito na nossa sociedade, e o quanto eles são os verdadeiros motores de qualquer economia no mundo”, disse, sublinhando o que considera ser uma das características mais relevantes dos que se destacam no exercício daquela actividade.
“Os bons empresários são os que nunca deixam cair os seus sonhos, mas sabem abdicar deles ou repensá-los, para não serem esmagados pelo caminho e para, se o forem, terem condições para ressuscitarem das cinzas”.
Perante uma plateia de pessoas de negócios nacionais e estrangeiras, que participam no Encontro Internacional de Negócios - Nersant Business 2019, Joaquim António Emídio lembrou e citou o empresário Alexandre Soares dos Santos, falecido a 16 de Agosto, que foi presidente da Jerónimo Martins durante mais de 40 anos e que viveu em Fátima.
“Isto (Portugal) é uma terra de primos e os primos passaram a vida a fazer jeitos uns aos outros. Depois estouraram-se todos; estouraram os bancos e os primos”.
Justificando o recurso às citações acrescentaria: “Não encontrei melhor forma de vos trazer um testemunho de alguém que foi um grande empresário mas nunca se rendeu ao dinheiro que é o altar dos empresários que não prestam e que não servem de inspiração para ninguém”.
Falando sobre os prémios Galardão Empresa do Ano, o administrador de
O MIRANTE, desejou que os mesmos tenham feito justiça ao trabalho e prestígio das empresas e empresários galardoados desde o ano 2000.
“De uma coisa nos orgulhamos enquanto organizadores desta iniciativa. Este prémio faz jus àqueles que investem e assumem a sua condição de criadores de riqueza, de empregadores, de colaboradores de colectividades e instituições da terra, de fiéis da balança de um mundo que os capitalistas da Google, da Amazon e do Facebook, tentam transformar numa bola de sabão para nós e numa nave espacial para eles e para os seus primos viverem na Lua, ou viveram como quem só tem que saber andar na Lua”.

Outras declarações de Joaquim Emídio noutras cerimónias

“Não há na região outra iniciativa como esta que O MIRANTE e a Nersant organizam. Tenho muito boas recordações de cerimónias de galardões em que premiámos empresários que, apesar de tanto darem às suas comunidades, nunca tinham ouvido de entidades públicas uma palavra de agradecimento ou elogio. E no entanto, a valorização do mérito devia ser, aqui ou em qualquer lugar do mundo, uma coisa normal”.
Julho 2007

“Há qualquer coisa de mágico na vida de todos os pequenos empresários das nossas vilas e aldeias. Mágico no sentido em que a vida deles passa tão depressa e é tão assoberbada que eles nem dão pelo facto de envelhecerem sem nunca terem molhado o rabo na água do mar, ou nunca terem conhecido a verdadeira Europa do euro e serem, nos tempos modernos, os verdadeiros servos da gleba do sistema”.
Novembro 2012

“Os empresários sempre foram os meus heróis. Não foi no cinema nem nos livros nem nos professores da escola e muito menos nos desportistas ou nos vários actores da vida pública que eu me inspirei. Os comerciantes e empresários em geral eram as pessoas que eu mais admirava nos meus tempo de juventude e de formação intelectual. Foi por isso que tivemos a ideia de propor esta iniciativa à Nersant e certamente também foi por algo à volta disso que a proposta foi aceite”.
Dezembro 2013

“Os meus melhores amigos não são grandes empresários mas os meus melhores amigos gostavam de ser grandes empresários. Os bons empresários podem ser boas pessoas mas não podem ser só boas pessoas como são alguns dos meus melhores amigos”.
Outubro 2016

“Uma das razões que ainda me faz trabalhar a grande velocidade é a minha, a nossa, capacidade de indignação. Não aceito que alguns dos nossos dirigentes políticos e empresariais, tratem tudo e todos pela mesma bitola. Não aceito que gente que se diz progressista apoie e incentive a mediocridade de certos políticos, só porque são ‘irmãos’ de partido ou de certos empresários, só porque são filhos de pais ricos”.
Outubro 2016

“O MIRANTE vive da publicidade e só da publicidade. É junto dos empresários da região que sustentamos há mais de 30 anos este projecto editorial e, até agora, nunca precisamos de esmolar nada a ninguém, nem de meter na gaveta notícias inconvenientes, nem de perseguir algumas das grandes empresas que nos ignoram literalmente enquanto poluem os rios e assobiam para o lado, porque a maior parte dos seus decisores vive em Cascais, ou no Estoril, e não sabe nada da região a não ser que temos uma excelente auto-estrada para Lisboa ou para o Porto e um excelentíssimo território”.
Outubro 2018