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Gentes de Tomar vão a Lisboa confraternizar na Casa do Concelho
Celestino Marques, José Gameiro e José Miguel Figueiredo mostraram a sua arte de olaria no jantar mensal na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa

Gentes de Tomar vão a Lisboa confraternizar na Casa do Concelho

Asseiceira foi a primeira freguesia a mostrar a sua cultura na capital. Uma vez por mês uma delegação de Tomar vai a Lisboa jantar na Casa do Concelho de Tomar, para animar o espaço. No dia 7 de Novembro o encontro teve a presença do Rancho “As Lavadeiras” de Asseiceira e uma exposição dos oleiros da terra.

Rancho Folclórico “As Lavadeiras” de Asseiceira actuou no final do jantar

José Gameiro tem 84 anos e é o oleiro mais antigo da freguesia de Asseiceira, Tomar. O oleiro recorda a O MIRANTE que aprendeu o ofício com o pai, quando ainda andava na escola primária. Primeiro começou a produzir talhas (potes grandes de barro que se utilizam para guardar vinho e azeite) e mais tarde os púcaros feitos para recolher a resina. Diz que é uma profissão que dá muito trabalho e tem que se gostar mesmo do que se faz para não desistir.
A freguesia de Asseiceira chegou a ter mais de 30 oleiros. Agora restam dois. Além de José Gameiro também José Miguel Figueiredo, 48 anos, se dedica a essa arte. Filho e neto de oleiros, começou a trabalhar aos 12 anos. Os pais não queriam que deixasse a escola, mas como não gostava de estudar decidiu começar a trabalhar. “Se tivesse continuado a estudar já não havia praticamente ninguém na Asseiceira a produzir talhas. É um ofício que vai acabar por se extinguir e é uma pena”, lamenta. Os filhos de José Miguel não seguiram as pisadas do pai e não vão dar continuidade à actividade.
Celestino Marques, 56 anos, veio da freguesia vizinha de Paialvo. É o único oleiro da sua freguesia. Ainda andava na escola primária quando começou a trabalhar o barro. De manhã ia à escola e à tarde o seu mestre pedia à professora que Celestino levasse os trabalhos de casa para fazer na oficina e aproveitava para aprender também a arte. Diz que é um trabalho duro e que mexer no barro frio, sobretudo no Inverno, não é fácil. Uma talha pode demorar 15 dias a ficar pronta. Os trabalhos dos oleiros estiveram em exposição à entrada do primeiro andar do edifício onde decorreu o jantar e os visitantes puderam observar uma arte que é uma das marcas da freguesia.

“Dá muito trabalho organizar tudo mas quando é feito com amor corre sempre bem”
Pouco depois das 19h00 começam a chegar as primeiras pessoas para o convívio mensal. A maioria viajou de autocarro mas alguns vieram no seu automóvel.
Gilda Gândara é secretária da junta de freguesia. Confessa à jornalista de O MIRANTE, em conversa informal durante o jantar, que foi ela própria quem migou as couves, colhidas do seu quintal, para o caldo verde servido nessa noite. Durante dois dias, Gilda e as colegas mal dormiram para que nada falhasse. “Dá muito trabalho organizar tudo, mas quando é feito com amor corre sempre bem”, garante.
No segundo andar existem várias salas arrendadas onde há aulas de dança e ensaios de bandas de música. Antes do jantar os convivas cumprimentam-se à medida que vão chegando e aproveitam para colocar a conversa em dia. Já sentados nas mesas assiste-se a um vídeo promocional das iniciativas que se realizam na freguesia de Asseiceira durante o ano. Depois do caldo verde, do lombo assado com batatas e brócolos e do arroz doce com coscorões, doce típico da freguesia, Nuno Garcia Lopes apresentou o seu livro “História de Asseiceira em miúdos”, publicado em 2016. A noite terminou com a actuação do Rancho de Asseiceira.

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