Almeirim vai acolher o comando nacional da Força Especial de Protecção Civil que vem substituir a FEB – Força Especial de Bombeiros. O anúncio foi feito pelo ministro da Administração Interna, mas a instalação do quartel já vinha a ser negociada com o presidente da câmara há algum tempo. Além deste comando, actualmente sediado em Lisboa, o futuro comando regional de socorro de Lisboa e Vale do Tejo também vai ficar em Almeirim, nas instalações do actual Comando Distrital de Operações de Socorro, que foram inauguradas pelo ministro Eduardo Cabrita na sexta-feira, 6 de Dezembro.
O anúncio de Cabrita vem dar importância à aposta que o autarca de Almeirim fez na criação de um campus da protecção civil, que começou a ganhar forma em 2012 com a ideia de instalar uma equipa da Força Especial de Bombeiros na cidade. O município reservou logo vários lotes de terreno ao antever a possibilidade de angariar mais equipamentos, conseguindo convencer o Governo a construir no local instalações para a Unidade de Reserva Logística Nacional e o Parque de Veículos do Centro Táctico de Comando da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, para o que contribuiu em parte a boa localização da cidade e as boas acessibilidades.
O presidente da câmara diz que o espaço para o comando nacional da força especial já está pensado e que agora o tipo de instalações vai ser articulado com a Autoridade Nacional de Protecção Civil. Mas já há a garantia de criar um espaço de camaratas para permitir o reforço de meios humanos nas alturas mais críticas. Pedro Ribeiro diz que Almeirim está a criar condições para que com melhores instalações, a resposta de socorro seja melhor, realçando que o novo comando vai dirigir cerca de seiscentos operacionais. Para o autarca a movimentação de pessoas que têm de se deslocar a Almeirim, para reuniões por exemplo, também tem importância para um município que aposta no turismo.
Para o ministro, Almeirim é um exemplo de parceria no sentido de haver uma resposta mais qualificada para garantir a segurança dos portugueses. Eduardo Cabrita diz que a cidade está no centro das condições para responder aos incêndios rurais. O ministro valorizou as parcerias com a administração local e sublinhou que se está a trabalhar para minimizar os incêndios.
A inauguração do Comando Distrital de Operações de Socorro iniciou-se com uma cerimónia no salão nobre da câmara e perante o atraso do ministro chegou a haver gente que duvidava da presença do governante, atendendo a que esta inauguração foi adiada duas vezes. Eduardo Cabrita primeiro desmarcou na véspera a cerimónia prevista para 30 de Julho, que coincidia com o início de funcionamento do novo edifício na zona industrial da cidade. Da segunda vez, em Setembro, voltou a cancelar a visita à cidade em cima da hora.
Para o primeiro adiamento, o ministro invocou motivos de agenda, mas esses motivos estavam bem claros com o facto de Cabrita estar debaixo de fogo por causa das golas anti-chamas que afinal eram inflamáveis. O ministro chegou a aparecer perante os jornalistas de cabeça perdida a tentar desvalorizar o caso, mas acabou por incendiar ainda mais a situação que viria a redundar numa investigação por suspeitas de crimes de corrupção e participação económica em negócio.

À margem

Miguel Macedo ignorado
Miguel Macedo, o ministro do governo da coligação PSD/CDS, foi quem lançou a primeira pedra do quartel da Força Especial de Bombeiros em Almeirim. No vídeo de apresentação do campus da Protecção Civil, exibido na cerimónia de inauguração das novas instalações do Comando Distrital de Operações de Socorro, o então ministro da Administração Interna foi ocultado, aparecendo apenas os governantes socialistas que posteriormente visitaram o espaço.

Mourato Nunes de uma brevidade longa
O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mourato Nunes, prometeu ser breve no seu discurso, mas acabou logo por gastar uns minutos nos cumprimentos e depois embalou em explicações sobre a protecção civil até reconhecer que o seu discurso já ia longo, apesar de ter prometido ser breve, mas ainda gastou uns bons minutos a desculpar-se de tal situação perante o ministro da Administração Interna e a fazer mais umas considerações finais.

Presidentes ausentes e presentes
Quando um governante vai a um concelho é normal os presidentes de câmara estarem presentes para serem vistos, para aproveitarem para falar com ele ou com outras intenções. Em Almeirim foram vários os autarcas presentes, mas notou-se a ausência dos presidentes de Alcanena, Tomar, Benavente, Barquinha, Golegã e Entroncamento, entre outros.