A população de Amiais de Baixo, concelho de Santarém, está a mobilizar-se para ajudar uma família que ficou com pouco mais do que a roupa que trazia vestida no corpo, após a habitação onde vivia, no centro da vila, ter sido consumida pelas chamas. O incêndio ocorreu na manhã de sábado, 7 de Dezembro, e destruiu quase toda a moradia, composta por rés-do-chão, cave e sótão, onde vivia Francisco Monteiro, a esposa e os três filhos de dez, oito e sete anos de idade.
As chamas deflagraram na sala, onde tinham as luzes de Natal ligadas. As labaredas rapidamente se dispersaram pelas cortinas e sofás, tendo-se propagado pelas várias divisões. Na altura, apenas o filho mais novo e dois filhos maiores de Francisco Monteiro, que tinham ido lá passar a noite, se encontravam na habitação a dormir.
“Recebi uma chamada da minha sobrinha que vive na casa ao lado a contar do incêndio e vim logo até aqui. Foi quando vi a desgraça”, relatou a O MIRANTE o estucador natural de Cabo Verde e a residir em Amiais de Baixo há 15 anos. Os três filhos de Francisco Monteiro conseguiram sair ilesos de casa, pela janela do quarto, mas necessitaram de ser transportados para o Hospital de Santarém por terem inalado fumo. Já com a casa tomada pelo fogo os bombeiros apenas evitaram que o incêndio alastrasse às casas vizinhas.
A família foi de imediato realojada numa habitação social que estava vaga perto da escola de 1º ciclo de Amiais de Baixo e já conseguiu, através da solidariedade de terceiros, roupa, calçado, mobiliário e bens alimentares. “Agradeço todo o apoio que me têm dado. Agora o que está a faltar é roupa, um computador e uma televisão para os meus filhos”, apela Francisco Monteiro, de semblante triste ao olhar para os destroços de toda uma vida.
Sem data para voltar à casa arrendada, que tem de ser reconstruída, Francisco Monteiro confessa que, apesar de todo o infortúnio, o importante é ter a sua família consigo. “Costumávamos juntar-nos todos lá em casa para festejar o Natal e o aniversário da minha filha, que completa mais um ano de vida a 22 de Dezembro. Este ano vai ser aqui, com o que temos”, desabafou o residente em Amiais de Baixo.