Há mais um interessado na compra do Convento de Santa Iria
Empresário demonstrou interesse em avançar com uma proposta já depois de ter passado o prazo da hasta pública. No entanto, a Câmara de Tomar, que tinha avançado para o ajuste directo com o Grupo Vila Galé, vai esperar pela nova proposta e decidir qual é a mais vantajosa.
Depois da hasta pública para venda dos imóveis do Convento de Santa Iria e ex-Colégio Feminino, no centro histórico de Tomar, ter ficado deserta o caderno de encargos do processo previa a possibilidade do município avançar com o negócio por ajuste directo. Foi o que a autarquia fez. Nessa altura a Câmara de Tomar e o Grupo Vila Galé entraram em negociações, com este a apresentar uma proposta a rondar os 700 mil euros. Só que entretanto surgiu também um empresário de Tomar interessado em apresentar uma proposta para aqueles imóveis. A presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas (PS), explicou a O MIRANTE que não querem deixar ninguém de fora e que por isso aguardam a proposta desse empresário.
Até lá as negociações com o grupo Vila Galé ficam em suspenso. Depois do empresário apresentar a sua proposta o município vai optar por aquela que for mais favorável e estiver mais de acordo com o caderno de encargos apresentado. Anabela Freitas refere que o município quer que o imóvel seja reabilitado. “Juntámos ao processo um relatório sobre o estado de degradação, elaborado por uma empresa e, só para não deixar ruir o edifício em termos de conservação, são necessários dois milhões e meio de euros de investimento. Queremos que aqueles imóveis se transformem numa unidade hoteleira de excelência que venha para Tomar e isso vai desenvolver a economia e criar postos de trabalho”, sublinhou.
O assunto teve que ir a aprovação na Assembleia Municipal de Tomar devido aos valores envolvidos. Nessa sessão foram detectadas algumas “incongruências” do ponto de vista jurídico/legal no caderno de encargos. “O mesmo vai ser revisto, vão ser introduzidas as alterações necessárias, para que não haja dúvidas quanto ao procedimento pretendido”, destacou Anabela Freitas.
Um processo com dez anos
Em 2009 a Câmara de Tomar, presidida por Corvêlo de Sousa (PSD), aprovou o lançamento de um concurso público para venda do Convento de Santa Iria e do ex-Colégio Feminino, com um valor base de 1,5 milhões de euros visando a instalação de uma unidade hoteleira com a categoria mínima de quatro estrelas, mas não deu entrada na câmara nenhuma proposta. Posteriormente, a autarquia abriu a possibilidade de compra através de um contrato de constituição de direito de superfície que se estendia por 75 anos mas também não surgiram investidores.
Em Abril de 2010 parte da cobertura do ex-convento ruiu, o que motivou a remoção de todas as coberturas e paredes que ameaçavam desabar e que colocavam em perigo pessoas e bens. Seguiram-se obras de preservação no Convento de Santa Iria. Em 2013, o município realizou um investimento que ascendeu aos 147.938 euros. As obras incidiram, sobretudo, na consolidação da fachada poente, na reabilitação de coberturas e de outras estruturas interiores.