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Estação meteorológica independente de Abrantes faz vinte anos
Após ser surpreendido por uma tempestade na albufeira de Castelo de Bode, Hélder Silvano ganhou gosto pela meteorologia

Estação meteorológica independente de Abrantes faz vinte anos

Plataforma que divulga dados da meteorologia foi criada por Hélder Silvano, ex-vereador da Câmara de Abrantes.


Hélder Silvano criou a sua própria estação meteorológica no dia 1 de Janeiro, há vinte anos. O mentor do projecto interessou-se pela área após ter sido surpreendido por uma tempestade em plena albufeira do Castelo do Bode. A primeira estação, uma “Davis Weather Monitor II”, existe desde o final dos anos 90, mas foi no primeiro dia do ano 2000 que Hélder Silvano, ex-vereador na Câmara de Abrantes, conseguiu fazer com que a estação meteorológica publicasse dados na Internet, de forma continuada e permanente.
Para além de se dedicar a múltiplas actividades recreativas, lúdicas e culturais, a “menina dos seus olhos” é a estação meteorológica de última geração que tem no telhado de sua casa e o sítio na Internet (meteoabrantes.pt), onde disponibiliza os seus estudos e projecções. Trata-se de um aparelho de medição de última geração com sistema de sensores que permite medir a velocidade do vento, a temperatura e humidade relativa do ar, a quantidade de precipitação e a pressão atmosférica, para além de medir também a radiação solar e a radiação ultravioleta.
Em 2005, a estação inicial foi substituída pela “Davis Vantage Pro2 Plus” que “apesar de todos estes anos de funcionamento ainda mantém características de actualidade que fazem do equipamento um dos mais apetecidos do mercado”, refere Hélder Silvano. No final de Dezembro de 2019 a passagem da depressão Elsa por Portugal provocou uma avaria no pluviómetro, o que obrigou a desligar o sistema, que entretanto foi reparado.
Natural de Abrantes, há muito que Hélder Silvano ocupa grande parte do seu tempo livre a fazer estudos, compilações, projecções e análises ao minuto de tal forma fiáveis que os bombeiros e a Protecção Civil distrital não dispensam os seus préstimos. Esta paixão começou quando tinha 17 anos e teve de enfrentar uma tempestade quando passeava de barco na albufeira de Castelo do Bode. Este professor de Letras reformado, de 58 anos, sente-se orgulhoso do seu percurso e diz receber “com imenso agrado os estímulos e críticas da população, mas particularmente dos maiores beneficiados, os bombeiros que dependem de informação meteorológica atempada e constante”.
Em 2011, em entrevista a O MIRANTE, recordava que além de ter sido dos primeiros a detectar a tempestade tropical Grace ou de ter alertado para as condições propícias à formação do tornado que viria a assolar as zonas de Tomar, Sertã e Ferreira do Zêzere, em 2010, Hélder Silvano passou a encarar o seu passatempo com um espírito de missão depois de ter sido o responsável pela resolução de um incêndio de grandes proporções. “Um incêndio enorme estava incontrolável e aproximava-se da povoação de Mouriscas quando detectei uma súbita mudança de direcção e de velocidade do vento, típico dos finais de tarde. Alertei os bombeiros no terreno, eles reposicionaram-se e o fogo foi ter com eles. Morreu ali”, recordou na altura.

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