Projecto de emparcelamento da Agromais continua parado
Luís Vasconcellos e Souza, presidente da Agromais, afirma que a falta de financiamento por parte do Estado e a indefinição dos serviços públicos sobre o que fazer estão a dificultar a implementação de um projecto que teve dez anos de negociações e envolveu 600 proprietários.
A implementação do projecto de emparcelamento de terrenos agrícolas nas freguesias da Azinhaga, Golegã e Riachos continua parada e sem expectativas de arrancar. Luís Vasconcellos e Souza, presidente da Agromais – Entreposto Comercial Agrícola, explicou a O MIRANTE que este é um processo muito complexo e que não tem vindo a dar grandes passos, por razões que se prendem com a falta de financiamento por parte do Estado e por uma indefinição ao nível dos serviços públicos sobre o que fazer para o conseguir implementar. “Como não há doutrina torna-se mais difícil andar com isto para a frente”, afirma. O projecto de emparcelamento da Agromais, a ser implementado, será o primeiro emparcelamento privado no país.
Em relação ao desfecho deste assunto, Vasconcellos e Souza diz que tudo depende da sensibilidade da classe política, neste caso, da equipa liderada pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque. “Este tema já tem tempo suficiente de discussão. O futuro está nas mãos da senhora ministra”, conclui.
Recorde-se que o projecto de emparcelamento era para ter arrancado em Março de 2019. Na altura, Vasconcellos e Souza garantiu que ia ser um projecto célere e que não ia haver restrições. O projecto de emparcelamento rural de Golegã, Azinhaga e Riachos envolveu, ao longo de dez anos, negociações com cerca de 600 proprietários e abrange uma área de cinco mil hectares.
O plano inclui a execução da rede de caminhos agrícolas e da rede de enxugo e drenagem, a limpeza do rio Almonda, a sistematização de terrenos, a remodelação da rede de furos e captação de água para rega, a reorganização da rede de distribuição de energia eléctrica, a valorização e integração paisagística, a demarcação e titulação de novos lotes, indemnizações e monitorização ambiental.
Trata-se de um investimento de nove milhões e meio de euros financiado a cem por cento por fundos comunitários do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.