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Tão badalão, vão catar as pulgas ao cão!!

Vacinador Serafim das Neves
Nunca pensei que tivéssemos mais especialistas em coronavírus e pandemias do que em arbitragens, mas nestes dias não páro de me surpreender. São comentadores encartados, jornalistas encarniçados, autarcas iluminados e cidadãos confinados mas nunca, nunca, silenciados. É fantástico.
Depois de anos e anos a exportar enfermeiros para o Reino Unido e médicos, sabe-se lá para onde, espero que o país comece a exportar estes portentos de sabedoria para aqueles pobres países que nem uma simples vacina são capazes de inventar.
Declaro desde já a minha disponibilidade para ajudar a pagar-lhes as viagens para a estranja, logo que a Direcção-Geral de Saúde e o Governo comecem a pôr em prática o que eles defendem, e a Covid-19 seja, por via disso, liquidada e bem liquidada.
Quanto aos defensores da identificação obrigatória das pessoas infectadas, provavelmente através de uma marca cosida na roupa, é pena que o presidente da Câmara do Cartaxo e o presidente da Junta de Freguesia de Vila Chã de Ourique, em vez de andarem a criticá-los, não assumam as suas responsabilidades e reconheçam que falharam ao nível de medidas... profilácticas, digamos assim.
Se, em devido tempo, lhes tivessem pago uma viagem de estudo a Urqueira, ou a Casal dos Bernardos, no concelho de Ourém, para um encontro com o padre João Pina Pedro, que é um dos raros padres portugueses, inscritos na Associação Internacional de Exorcistas, nesta altura já não andavam nisto. E teriam feito um investimento autárquico muito mais proveitoso, que qualquer almoço do dia de convívio da terceira idade.
O padre João Pina Pedro foi agora notícia por querer os paroquianos de volta às igrejas, sem medo da Covid-19, e por ter levado nas orelhas do Bispo por causa dessa maluqueira. No entanto, a sua fama já vem de longe. Ainda o vírus não tinha nascido e já o pároco andava a exorcizar almas atormentadas como as das redes sociais do Cartaxo.
Há uns bons três anos li uma notícia onde se anunciava que ele atendia entre cinco a dez pessoas por semana no âmbito do ministério da cura e libertação. E a mesma notícia revelava que já tinha encontrado, ao longo da carreira eclesiástica, uma boa meia dúzia de possuídos. Não os tinha sujeito a tratamento mas tinha-os enviado a Lamego, para consulta de especialidade com o famoso exorcista, padre Sousa Lara. Infelizmente ninguém lá pelo Cartaxo deu atenção à notícia e agora... é o que se vê.
Na Golegã também há crentes a necessitar de ajuda especializada. Quem o diz é o presidente da câmara e médico, José Veiga Maltez, que, ao contrário do João Pina Pedro, não quer as igrejas abertas. E justifica, dizendo que as missas fazem muito mal a alguns católicos. Diz ele que quando eles saem de lá começam logo a praticar a maledicência.
Não sou eu quem irá discutir diagnósticos com um médico. E muito menos as terapêuticas. Neste tempo de pandemia, com as deslocações reduzidas ao mínimo, José Veiga Maltez, não vai mandar os maledicentes, no autocarro da câmara, ao exorcista, mas também não os deixa sem remédio. Em vez disso, aconselha-os a ficarem em casa, como manda a Direcção-Geral de Saúde, mas ocupando o tempo a rezar o terço e a catar as pulgas ao cão, se o tiverem.
Faz hoje vinte anos que trocamos estes e-mails do outro mundo. A bela almoçarada que se impunha fica adiada, mas será concretizada com juros, logo que a crise passe. Trata de ti e usa desinfectante... premium ou reserva. São os mais aconselhados.
Saudações pandemónicas
Manuel Serra d’Aire

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