O homem que atropelou mortalmente o dono da Escola de Condução Carmona quando lhe roubava a carrinha, há um ano, foi condenado a 19 anos de prisão pelo homicídio e pelo furto do veículo. Está ainda condenado a pagar uma indemnização de 221.600 euros aos filhos do empresário, de 17 e 22 anos de idade. O seu cúmplice, que estava à espera num carro roubado, no qual se tinham deslocado a Lamarosa, Torres Novas, para roubar outro veículo, foi condenado a dois anos e seis meses de prisão. Ambos têm percursos de vida desestruturados, em termos familiares, e ligados à delinquência, com vários casos de furtos.
Edgar Duarte, o que atropelou o empresário da escola de condução situada no Entroncamento, quando este se colocou à frente da viatura para tentar impedir o assalto, tem 38 anos, foi militar e integrou uma missão no Kosovo, onde foi atingido por estilhaços de uma granada. Refere o tribunal, no acórdão, que este começou a consumir drogas em 2015 e que é acompanhado em consultas de psicologia e psiquiatria, “evidenciando” uma situação de stress pós-traumático “eventualmente” relacionado com o acidente que teve na tropa.
O crime ocorreu na madrugada de 18 de Março do ano passado, cerca da 01h30. Edgar e Tiago Alves dirigiram-se à Lamarosa num Honda Civic roubado com a intenção de roubar outra viatura. Na Rua Casal da Henriqueta estava a Toyota Hiace de José Fábrica com a chave na ignição. Quando se apercebeu do assalto, o empresário, que estava em casa de um amigo, correu para a rua e colocou-se à frente da sua viatura na tentativa de impedir o assalto. Mas Edgar Duarte acelerou na sua direcção. José Fábrica, que residia na Lamarosa e na altura tinha 50 anos de idade, ainda conseguiu agarrar-se por escassos segundos ao limpa pára-brisas, mas a carrinha acabou por passar-lhe por cima do corpo.
Após o homicídio os dois arguidos abandonaram os carros no Entroncamento, em locais diferentes. Tiago, de 22 anos, deixou o Honda na Praceta João de Oliveira Gomes e Edgar deixou a Toyota do falecido na Rua Dr. Francisco Sá Carneiro. Ambos estavam ainda acusados do furto do Honda Civic, mas foram absolvidos deste crime porque o proprietário acabou por desistir da queixa antes do julgamento.