Moradores de Vialonga incrédulos com abate de árvores
No último Verão uma árvore caiu no local e por sorte não feriu ninguém. Análise fitossanitária revelou perigo nas restantes. Câmara de Vila Franca de Xira está a realizar novo projecto de requalificação para o local.
O abate de três árvores que se encontravam no largo da igreja em Vialonga, um dos locais mais icónicos da freguesia, está a deixar muitos moradores incrédulos e indignados com a situação. Dizem não perceber como foi possível chegar-se a um ponto de destruir árvores que aparentavam estar saudáveis e exigem explicações. O município diz ao nosso jornal que os exemplares estavam em mau estado fitossanitário e que no local serão plantadas outras árvores.
Ricardo Oliveira, leitor de O MIRANTE, deu o alerta e lamenta que em tempos de emergência a Câmara de Vila Franca de Xira ache prioritário abater as árvores, que considera serem um património natural do concelho num largo histórico para a freguesia.
Também Manuel Pereira, outro residente, lamenta a situação. “Aquelas árvores eram importantes para as pessoas porque faziam sombra e muita gente se sentava nos bancos do largo da igreja no Verão. Agora ninguém pode fazer isso. Estamos todos tristes porque ninguém gosta de ver árvores a serem cortadas”, lamenta.
O abate, explica a Câmara de Vila Franca de Xira a O MIRANTE, surge na sequência de uma avaliação realizada por parte de técnicos do município que verificaram que as árvores estavam em mau estado fitossanitário. Isto depois de, em Agosto do ano passado, uma das árvores ter caído durante as festas de Vialonga, não tendo, por pouco, causado danos materiais ou pessoais.
“Actualmente, na sequência de intervenções de poda que estavam a ser realizadas no local, verificou-se que três elementos arbóreos apresentavam um elevado grau de podridão ao nível do tronco principal”, justifica o município, que diz que o abate tem como principal objectivo salvaguardar a segurança de pessoas e bens.
O largo da igreja de Vialonga vai também ser alvo de um projecto de intervenção paisagística, “o qual terá em consideração as espécies abatidas”, garante a câmara municipal.
Este não é caso único no concelho de Vila Franca de Xira, onde têm acontecido diversos abates de árvores fruto de análises fitossanitárias que têm sido realizadas. Uma das árvores, recorde-se, caiu em pleno largo da câmara em cima de uma moradora, embora sem causar ferimentos graves. Outra árvore de grande dimensão que parecia saudável caiu no passeio ribeirinho num dia de temporal e obrigou o município a analisar a saúde de todas as árvores do local. A câmara garante estar a plantar o dobro das árvores que está a abater.