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A cultura como antivírus para o isolamento
Nuno Garcia Lopes, mentor do projecto Antivírus

A cultura como antivírus para o isolamento

Em tempos de pandemia há quem, na região, encontre soluções para furar o confinamento social e levar a cultura a casa das pessoas.

foto DR Sofia Vieira, contadora de histórias na Aqui Há Gato

Nuno Garcia Lopes propôs ao município de Tomar um “Antivírus” que diariamente leva às gentes do concelho, e a todos os que o quiserem experimentar, uma dose de cultura e boa disposição. Em Santarém, Sofia Vieira, da livraria Aqui Há Gato, lê histórias aos mais novos duas vezes por dia, para levar a magia a casa de cada um.
A ideia do Antivírus surgiu a Nuno Garcia Lopes quando o Estado de Emergência ainda não tinha sido decretado mas as pessoas já começavam a ficar mais confinadas. “Comecei a olhar para as notícias e apercebi-me que não se falava de outra coisa a não ser do novo coronavírus. Foi então que pensei que faria algum sentido contrariar esta tendência”, conta Nuno a O MIRANTE. Hoje já existem muitas ideias semelhantes a nível nacional e internacional.
Trabalhando no gabinete de comunicação do município a ideia era também envolver todo o gabinete. Foi lançado o repto para que as pessoas fossem gravando leituras em espaços da cidade e que houvesse sempre alguma ligação a esses espaços. O que aconteceu nos primeiros episódios, mas rapidamente foi impossibilitado pelo Estado de Emergência. “Cada um começou a gravar individualmente nos seus espaços, a coisa acabou por evoluir e começámos a ter também vontade de participar da parte de uma série de agentes culturais, grupos culturais, grupos de teatro e gente ligada ao cinema. Temos também o Clube Calma que trabalha com jogos tradicionais e que se juntou ao projecto”, refere o mentor do Antivírus.
A primeira leitura foi de um texto de Luís Sttau Monteiro, “O Cavalo”, que integra as Redacções da Guidinha. Nuno explica que são textos que parecem escritos por uma criança, mas que, na altura em que foram escritos, antes do 25 de Abril de 1974, tinham uma grande importância uma vez que diziam aquilo que de outra forma não poderia ser dito. “A partir daí a coisa foi-se desenvolvendo e agora o objectivo é que continue”, afirma Nuno. O acesso aos novos episódios e aos que já foram transmitidos pode ser feito pelas páginas de Facebook e de Youtube do município.

“Durante aquele bocadinho levo a magia das histórias às crianças”
Manter uma certa normalidade é também o objectivo de Sofia Vieira com as leituras que todos os dias faz às 11h30 e às 21h00. A mentora do projecto e livraria Aqui Há Gato não quis deixar os ouvintes habituais das histórias contadas todos os sábados no espaço físico, em Santarém, à míngua nestes tempos complicados de confinamento. “Não consigo ficar quieta e, perante esta situação que obrigou ao encerramento da loja, comecei a pensar no que podia fazer, não só para que os miúdos não se sintam sozinhos em casa, mas também para manter a minha sanidade mental”, confessa a O MIRANTE.
Foi então que surgiu a ideia dos directos no Facebook e Instagram da Aqui Há Gato. “Durante aquele bocadinho levo a magia das histórias às crianças. São uns minutos em que as consigo transportar para outro mundo sem saírem de casa”, diz-nos Sofia, lembrando que este gosto por contar histórias surgiu há cerca de 15 anos quando trabalhava como psicóloga e foi convidada a contar uma história para uma plateia de mais de meia centena de crianças. Correu tão bem que hoje não se imagina a fazer outra coisa.

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