
Partiu mais um resistente do Couço que lutou pela liberdade
Diamantino Ramalho foi presidente da Câmara de Coruche por oito meses, presidente da junta da sua terra, o Couço, e destacou-se pela luta contra a ditadura salazarista.
Diamantino Marques Ramalho, o presidente da Câmara de Coruche que menos tempo esteve no cargo, oito meses, entre 2 de Abril e 15 de Dezembro de 1985, faleceu aos 83 anos e a câmara onde também foi vereador emitiu um voto de pesar. É o reconhecimento pelo trabalho em prol da causa pública, mas também pelo papel que teve na resistência à ditadura.
Natural do Couço, concelho de Coruche, faleceu no dia 18 de Março. Era militante do Partido Comunista Português e foi eleito em 1977 vereador na Câmara Municipal de Coruche, tendo aqui iniciado a sua carreira política. Foi ainda deputado municipal, e presidente da Junta de Freguesia do Couço, entre 1997 e 2005. A câmara diz que faleceu mais um resistente do Couço, freguesia conhecida pela luta contra o regime salazarista.
Em 1999 recebeu das mãos do Presidente da República, Jorge Sampaio, a insígnia que atribuiu ao povo do Couço, a honra de ser, Membro Honorário da Ordem da Liberdade. Agricultor e empresário, foi preso pela PIDE em 28 de Junho de 1958. Esteve na prisão de Caxias durante seis meses, onde foi espancado e torturado vários dias pelos elementos da polícia política.
O município diz que foi um homem de convicções e que procurava as melhores condições de vida para a população do concelho e da sua freguesia. O voto de pesar refere que Diamantino Marques Ramalho foi toda a vida um homem de luta pela liberdade e pela unificação entre as pessoas. “Homem que marcou a sua geração, no contexto difícil à época contribuindo com a sua experiência e dedicação, reforçando relações entre a população”. A câmara termina dizendo que o seu exemplo vai perdurar para o futuro e que quem lutou, como ele, pelo bem mais precioso, que é a liberdade, nunca morre.
