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De empregado a patrão, sempre a vender peças para automóveis
Jorge Vilela trabalha na área da venda de peças auto há mais de duas décadas

De empregado a patrão, sempre a vender peças para automóveis

A vida profissional de Jorge Vilela tem sido feita a vender peças de automóveis. Um sector em que começou como empregado até abrir negócio em nome próprio, em Santarém.

Jorge Vilela, 41 anos, é proprietário da empresa de venda de peças automóveis Jorge Peças, situada junto ao Centro Escolar do Sacapeito, em Santarém. Em criança queria ser caçador por influência do pai e do avô. A caça ficou apenas como passatempo e a venda de peças para automóveis foi o seu destino profissional. Primeiro na empresa de um familiar em Santarém e, mais tarde, já com o seu próprio negócio.
Com a Jorge Peças aberta há seis anos, o empresário de Santarém admite que a pandemia da Covid-19 veio trazer difilculdades para manter a loja em funcionamento, por falta de clientela. O problema, diz, é que o Estado quer este tipo de estabelecimentos abertos, mas depois coloca as autoridades a mandar as pessoas para casa.
Nascido em Torre de Moncorvo, distrito de Bragança, Jorge Vilela esteve sempre habituado à vida do campo. As brincadeiras entre amigos depois de aulas alternavam entre o andar de bicicleta e tiros de pressão de ar. Quando era preciso ajudava no cultivo dos terrenos que os avós tinham. Quando chegou a hora de escolher um curso optou pela produção animal. “Ainda frequentei o curso na Escola Superior Agrária de Santarém, mas como só queria brincadeira e não conseguia passar de ano comecei a trabalhar na empresa de um familiar”, conta. Esteve nesse estabelecimento de venda de peças para a automóveis durante vários anos até que decidiu arriscar e abrir a sua própria loja. “Queria ser o patrão e não pensei duas vezes”, revela.

Do cliente gago aos mais exigentes
Com um filho de 13 anos Jorge Vilela passa o dia entre papelada, atendimento de clientes, entrega de peças, idas ao ginásio e tarefas domésticas. O dia começa cedo, pelas 07h00, altura em que toma o pequeno-almoço e descansa um pouco antes de entrar na loja pelas 08h30. Só depois de fechar a porta do estabelecimento, pelas 19h30 e que o empresário está com a família e se dedica ao exercício físico. “Agora não por causa da pandemia mas costumava ir duas vezes por semana ao ginásio. A caça e o tiro aos pratos fica para os fins-de-semana”, adianta.
Jorge Vilela já atendeu muitos clientes ao longo da sua vida profissional, alguns mais exigentes e outros mais caricatos. “Tenho um cliente habitual que é gago e às vezes é difícil compreendê-lo. Uma vez veio aqui e só com muito custo entendemos que estava a comentar que havia algumas professoras da escola que eram giras”, ri-se.
O empresário não tem dúvidas que os clientes estão muito mais exigentes e sabem o que querem porque gostam sempre de ir dar uma espreitadela na Internet antes de chegar à loja. E se a concorrência não o incomoda, já manter o negócio nos tempos que correm é algo que o assusta. “Neste momento dá para toda a gente que trabalha na área sobreviver, mas para quem quiser investir este não é o melhor negócio para abrir”, aconselha.
Para Jorge Vilela a maior dificuldade é conseguir que certos clientes acabem por pagar os materiais que levam. Obviamente, o negócio não é também alheio aos tempos que vivemos, de luta contra a pandemia de Covid-19, com muita gente confinada às suas residências e muitos automóveis parados. “O Estado manda-nos estar abertos para a economia não parar e depois manda a polícia para a rua a pedir para as pessoas irem para casa. Com isto as vendas caíram cerca de 70 por cento”, queixa-se.

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