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Jovens de Abrantes adoptam avós contra a solidão
Carolina Siborro, Manuel Potes e Teresa Valente

Jovens de Abrantes adoptam avós contra a solidão

Teresa Valente é a mentora do projecto que já conta com 15 pares de “netos e avós” que não se conhecem pessoalmente mas que criam laços para diminuir o isolamento social.

Teresa Valente teve a ideia de juntar, através do telefone, jovens e idosos para diminuir a solidão dos mais velhos que se acentua com o isolamento social devido à pandemia. A jovem, de 23 anos, licenciada em Psicologia, aceitou o repto lançado numa reunião do Agrupamento 172, de Abrantes, do Corpo Nacional de Escutas, ao qual pertence, e começou logo a mobilizar os amigos.
“Adopte um Avô” começou a funcionar a 23 de Março depois de Teresa desafiar a Irmã Fernanda Luz, da Pastoral Juvenil da Diocese de Portalegre/Castelo Branco, que contactou os idosos para aderirem. Já estão formados 15 pares de “netos e avós”, que não se conhecem pessoalmente e que comunicam através do telefone pessoal de cada um. “Alguns idosos querem conversar todos os dias e estão imenso tempo a falar. Há outros que gostam de ter o seu espaço e combinam alguns dias da semana para falar”, conta Teresa.
Carolina Siborro, 20 anos, natural de Abrantes a viver em Aveiro, onde estuda canto lírico, é uma das netas que no primeiro contacto esteve 40 minutos ao telefone. “Estava um bocado nervosa porque não sabia como seria a reacção do outro lado, mas foi muito boa a conversa e sei que assim estou a ajudar a combater a solidão”. Manuel Potes, 20 anos, só liga ao final da tarde para a avó que lhe foi atribuída, porque antes ela está a ver os programas que gosta na televisão.
A identidade dos avós tem sido preservada, uma vez que muitos vivem sozinhos e não querem que a sua segurança deles seja colocada em risco. A intenção deste projecto é que, no final do isolamento obrigatório, avós e netos se conheçam pessoalmente. A mentora do projecto admite que gostaria de ver o seu projecto replicado em outras zonas do país.
Teresa mantém a sua actividade profissional diária em teletrabalho, a partir de casa, ao mesmo tempo que gere a equipa de voluntários do projecto e se vai inteirando de como estão a decorrer as relações ‘familiares’ entre os novos netos e avós. As conversas abordam temas muito diversificados, desde falar sobre o seu dia, as suas vidas e dificuldades ou sobre Deus. O projecto é aberto a quem queira participar bastando para tal contactar a organização através da página no Facebook ‘SDPJuventude e Vocações de Portalegre Castelo Branco’.

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