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Rafael Cordeiro já saiu do hospital e quer continuar a fazer investimentos na Carregueira em memória do pai
foto DR Rafael Cordeiro tem grande afinidade à Herdade da Galega, onde foi tirada esta fotografia, por ter sido ali que passou momentos muito felizes em família

Rafael Cordeiro já saiu do hospital e quer continuar a fazer investimentos na Carregueira em memória do pai

Rafael Cordeiro, o filho mais novo do empresário Rui Cordeiro, dono da Herdade da Galega, na Carregueira, concelho da Chamusca, está a recuperar em casa da tragédia onde ficou gravemente ferido e morreram o pai e o irmão. Mas já está a pensar em novos investimentos no concelho da Chamusca.

O filho do dono da Herdade da Galega, na Carregueira, Chamusca, que se salvou na tragédia na exploração pecuária em que morreram o pai, o irmão e um funcionário, já está em casa, em Leiria, a recuperar dos ferimentos graves. Rafael Cordeiro está, em conjunto com a madrasta e a irmã, a gerir a herdade para onde já tem previstos outros investimentos. O jovem de 22 anos esteve internado um mês no Hospital de Santarém, 18 dias em coma. Agora está a cumprir à risca o isolamento social por ser uma pessoa de alto risco, saindo apenas para fazer fisioterapia respiratória, no Hospital de Leiria, devido às sequelas com que ficou.
O jovem está na casa onde vivia com o pai e ajuda na gestão dos negócios através de telefone e e-mail. Além da herdade onde funciona uma suinicultura, o falecido Rui Cordeiro deixou um hotel em Leiria (Lisotel) e as empresas Captágua e Tubofuro, que representam apenas uma parte da sua fortuna e interesses económicos que também tinha no Brasil.
Rafael Cordeiro diz a O MIRANTE que a Carregueira será um dos locais onde pretende dar mais atenção. Apesar da tragédia, o jovem diz que tem boas recordações do local onde passou “momentos em família muito bons”. “Foi uma tragédia muito grande”, desabafa ao recordar que por se encontrar hospitalizado não conseguiu despedir-se do pai e do irmão.
O jovem revela que a Herdade da Galega nunca deixou de funcionar e o trabalho só abrandou agora por causa da pandemia. Quando este período passar, revela, pretende implementar na Carregueira um projecto de uma fábrica de reciclagem de plásticos (rotomoldagem) e uma unidade para aproveitamento de biogás. Para estes investimentos, a família Cordeiro vai dar preferência, em termos de emprego, a pessoas da Carregueira e da Chamusca.
Rui Cordeiro tinha adquirido, pouco tempo antes de falecer, a Herdade do Famão, localizada a seis quilómetros da Galega, para onde está prevista outra suinicultura de porco preto, que aguarda licenciamento. “Vou manter e fazer crescer o trabalho do meu pai. Ele lutou muito para ter tudo o que alcançou. Sei que vai orgulhar-se de darmos continuidade ao que construiu”, sublinha o jovem.
Rui Cordeiro era conhecido na Carregueira por patrocinar todas as festas. O filho garante que vai continuar com as acções beneméritas do pai. O jovem deixou de estudar no 11º ano, preferiu ajudar o pai no trabalho da herdade e em outros negócios e revela que se sente bem a trabalhar na terra. “É disso que gosto e é essa característica do meu pai que quero guardar”, remata.

Os acontecimentos trágicos

No dia 1 de Fevereiro um funcionário da herdade estava dentro de uma fossa a desentupir uma conduta entupida e ficou inconsciente devido à inalação de gases acumulados no local. Rui Cordeiro e o filho Gonçalo Duarte acorreram para tentar salvar o funcionário e também caíram inanimados. Rafael Cordeiro também tentou ajudar e foi o único que conseguiu sobreviver, depois de ter sido puxado para fora da fossa por outro funcionário da herdade. Rafael saltou para a conduta amarrado a uma corda, daí terem conseguido puxar o jovem. “Fiz o que pude e mesmo assim não consegui. Pouco mais recordo desse dia”, lamenta.

Rafael Cordeiro já saiu do hospital e quer continuar a fazer investimentos na Carregueira em memória do pai

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