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Uma escola transformada em hospital de campanha
Lucília Coimbra e Carlos Grazina ajudaram a montar o hospital de campanha na Escola Alexandre Herculano

Uma escola transformada em hospital de campanha

Unidade de retaguarda, preparada para acolher doentes e libertar camas do Hospital de Santarém, está instalada na Escola Básica 2/3 Alexandre Herculano. O MIRANTE assistiu à montagem do espaço e falou com dois bombeiros que participaram nos trabalhos.

O hospital de campanha instalado na Escola Básica 2/3 Alexandre Herculano, em Santarém, já está pronto a funcionar mas Lucília Coimbra, sub-chefe dos Bombeiros Sapadores de Santarém, espera que o espaço não tenha que ser utilizado. Seria sinal que a contenção da pandemia de Covid-19 tinha corrido bem e que o Hospital Distrital de Santarém não necessitara de libertar camas com doentes de outras patologias para albergar infectados com o novo coronavírus.
“É incrível! As pessoas têm de perceber que são todas veículos de transmissão do vírus e temos de nos proteger uns aos outros. Se este hospital for usado é muito mau sinal”, diz a operacional a O MIRANTE enquanto vai aguardando a chegada da última remessa de mesas e cadeiras para terminar a montagem. A operacional participou, juntamente com colegas e militares do regimento de Engenharia de Tancos, na montagem daquela unidade de internamento de retaguarda. No total, são cem camas que vão ficar instaladas no pavilhão desportivo da Escola Alexandre Herculano.
Lucília Coimbra, por ter o marido a trabalhar no estrangeiro, reside actualmente apenas com os dois filhos, de 14 e 15 anos. Além de sair para ir trabalhar, é ela que tem a função de ir ao supermercado e à farmácia. “São muitos cuidados, poucos mimos e pouco tempo. Tanto que, quando chego do trabalho, tento sempre despachar-me nos procedimentos à entrada da casa para, pelo menos, aproveitar e estar um pouco mais com eles”, revela.

“Sei que posso levar a doença para casa”
A escolha do local teve em conta a proximidade com o hospital e as condições que a escola oferece, nomeadamente a existência de cozinha e refeitório e a possibilidade de isolamento em dois blocos de salas de aulas de eventuais suspeitas de infecção que surjam.
Uns de máscara, outros apenas com luvas colocadas, todos partilham o mesmo sentimento de missão por estarem a fazer parte do restrito grupo que prepara aquele hospital. Carlos Grazina, adjunto do comando dos Bombeiros Municipais de Santarém, diz que ninguém estava à espera dos contornos que esta pandemia assumiu e por isso é bom que a cidade esteja antecipadamente preparada para o pior.
“Tenho medo, como qualquer pessoa. Tenho mulher e dois filhos a viver comigo e sei que pode acontecer levar a doença para casa. Estamos expostos a isso”, admite o profissional que diz ter todos os cuidados diários quer a nível do uso de protecção individual quer na lavagem frequente das mãos e no distanciamento social.
Para Carlos Grazina, esta pandemia vai prolongar-se por algum tempo e ainda há muito para fazer. Mas, considera, “até é bom que assim seja, porque significa que se vai ter um pico mais extenso e não haverá tantos casos repentinamente e podemos socorrer todos”.

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