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Empresas evoluíram uma década em dois meses de pandemia
foto DR Para Rodolfo Nunes a preocupação da Ribatel durante a pandemia tem sido manter as empresas ligadas

Empresas evoluíram uma década em dois meses de pandemia

A transformação digital foi acelerada pela Covid e obrigou as empresas a evoluírem de uma forma surpreendente

Muitas empresas evoluíram em dois ou três meses aquilo que não tinham evoluído numa década. A transformação digital foi acelerada pela Covid, obrigando as empresas a repensarem as suas estratégias e a sua forma de trabalhar. Uma revolução que veio para ficar e que terá desenvolvimentos com o 5G. Na data em que se assinalou o Dia Mundial das Telecomunicações, 17 de Maio, O MIRANTE ouviu Rodolfo Nunes, sócio da Ribatel Connect, empresa sediada em Santarém com duas décadas de experiência no ramo.

Como é que as telecomunicações vieram mudar a nossa vida?

As telecomunicações foram uma revolução e têm vindo a ser cada vez mais, nomeadamente com a situação actual da pandemia. Muitas empresas evoluíram em dois ou três meses aquilo que não tinham evoluído numa década. Muitas delas conseguiram manter os seus negócios graças às telecomunicações.

A Covid acabou por ser um factor positivo para o sector?

Há quem diga que esta transformação digital não foi feita pelos administradores, mas sim pela Covid obrigando as empresas a repensarem as suas estratégias e a sua forma de trabalhar. Muitas delas, para se manterem activas, tiveram que optar por soluções diferentes como ligações remotas, novos programas de facturação, reuniões com colaboradores e parceiros via Zoom ou Skype. A necessidade aguçou o engenho e muitas delas até registaram um aumento das vendas.

Podemos dizer que é impossível viver sem telemóvel?

O telemóvel hoje em dia é muito mais do que um objecto para fazer e receber chamadas. Hoje são poucas as pessoas que o usam apenas com esse fim. Há vinte anos, quando surgiu, baseava-se na voz, mas as coisas evoluíram de tal forma que actualmente quase nos esquecemos que o telemóvel também dá para falar.

A “culpa” é das redes sociais?

Se há uns anos queríamos que os telefones fossem mais pequenos, hoje invertemos essa tendência e queremos que sejam um pouco maiores para melhor visualização. Os dados móveis vieram permitir aceder num pequeno aparelho a informação da Cloud e às redes sociais que vieram revolucionar o uso do telemóvel. Nas soluções que comercializamos hoje o GSM, isto é, a voz, já é um serviço secundário.

Houve uma evolução gigante desde a invenção do telégrafo até hoje. O que reserva o futuro para as telecomunicações?

As telecomunicações vão continuar a evoluir. A questão do 5G, que há-de ser uma realidade a muito curto prazo, vai permitir, por exemplo, que uma cirurgia que esteja a ser feita em Lisboa seja acompanhada online por um médico no Porto, interagindo em tempo real. Nos transportes também haverá uma evolução com a condução autónoma de veículos, por exemplo. A maior evolução será no sentido da comunicação máquina/máquina o “machine to machine”. A tendência será para facilitar cada vez mais este tipo de interacção, o que vai fazer com que os negócios possam evoluir e tornarem-se mais rentáveis, optimizando o tempo.

E qual o papel do Homem numa comunicação entre máquinas?

Não se abdica totalmente das pessoas. Tem que haver alguém que controla as máquinas. Dou-lhe um exemplo muito prático que tem a ver com a nossa região e o sector agrícola. Se há alguns anos o agricultor tinha que se deslocar para ir ligar a rega, ver se estava tudo a funcionar bem, se havia algum tubo entupido e depois voltar mais tarde para desligar o motor, hoje em dia consegue, em casa sentado no sofá, dar ordem para ligar ou desligar a rega, detectar se existe alguma avaria e, se houver, saber exactamente onde. Consegue também definir a quantidade de água que quer aplicar. A tecnologia não dispensa a presença do Homem, mas vem dar-lhe algum conforto e libertar tempo para a realização de outras tarefas.

Estaremos a ficar paranóicos em relação ao 5G ou haverá algum fundamento para as teorias que dizem ser altamente prejudicial para a saúde?

Quando apareceram os primeiros telemóveis já se falava que não se devia trazer o aparelho perto do coração, por causa das radiações. Sempre houve estudos e várias versões sobre o uso do telemóvel e a sua potencial perigosidade para a saúde humana. Não ponho em causa os estudos, mas creio que entre o deve e o haver, e sou suspeito porque trabalho na área, temos muito mais a ganhar com a evolução tecnológica do que em recear essa questão. Honestamente, não creio que a Covid tenha surgido por causa do 5G.

Qual a principal preocupação da Ribatel durante este tempo de pandemia?

A nossa preocupação foi partilhar junto dos clientes as ofertas disponíveis para manter as empresas ligadas e possibilitar que os colaboradores fossem para as suas casas em teletrabalho, com um serviço fiável. Tivemos alguma procura acrescida nesse tipo de serviços e também ao nível da garantia de segurança na utilização dos aparelhos. Uma das vertentes da Ribatel é a cibersegurança e esse tem sido também um serviço procurado pelas empresas nesta altura de maior vulnerabilidade.

Como se justifica que o sector das telecomunicações seja um dos que regista mais reclamações dos clientes?

Durante muito tempo o mercado sofreu com a curiosidade de algumas pessoas que achavam que era fácil trabalhar nas telecomunicações e que facilmente poderiam ganhar dinheiro trabalhando nesta área. É verdade que é uma área que está sempre à procura de novos elementos, estamos em constante recrutamento, mas nem todas as pessoas têm a formação necessária. Uma batalha que travamos internamente, e que as operadoras também têm, é formar os colaboradores da melhor forma possível para diminuir essas queixas.

Quais as queixas mais frequentes?

Por vezes as reclamações dizem respeito a facturação errada. Na minha experiência, quando os casos são bem explicados as operadoras, regra geral, corrigem o erro. Mas também não escondo que por vezes há comerciais que trabalham de uma forma menos profissional. Problemas aparecem sempre, pode ser o serviço que não está a funcionar correctamente, por limitações das infra-estruturas em alguns locais. Temos essa noção. Mais uma vez as reclamações com o GSM (voz) são poucas, são os dados móveis, a televisão e a Internet que envolvem muitas questões técnicas que não se resolvem em dois ou três dias, que fazem engrossar o número de reclamações das operadoras. Arrisco-me a dizer que as telecomunicações são uma das maiores forças comerciais a nível nacional, o que faz com que também seja mais fácil aparecer no topo das reclamações.

A taxa de reclamações na Ribatel acompanha a tendência nacional?

Felizmente temos uma taxa de reclamações muito reduzida. A Ribatel Connect está no mercado há 15 anos, mas já temos uma experiência de mais de duas décadas.

Empresas evoluíram uma década em dois meses de pandemia

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