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Alzira Bento recorda a Ascensão em Alcanena como um dia colorido em família
Alzira Bento

Alzira Bento recorda a Ascensão em Alcanena como um dia colorido em família

Fui toda contente com o meu vestido às bolas e caiu uma valente chuvada. Da celebração religiosa da subida de Cristo ao céu quarenta dias após a Páscoa não fala, mas nunca mais esquece as idas ao campo para apanhar a espiga.

Alzira Bento recorda com alegria os dias de Quinta-Feira de Ascensão, em Alcanena, quando era ainda menina. Vestia-se a rigor e a apanha da espiga no campo era um acontecimento. “Dizia-se que quem apanhasse um bonito ramo com espigas e papoilas teria prosperidade e fartura e eu ia com a minha mãe apanhar. O pão era a fartura dos pobres e isso tinha esse significado”.
Alzira recorda, como se fosse hoje, um desses dias em particular. Ia vestida com um “belo vestido às bolas” e no caminho para os Olhos de Água, nascente do rio Alviela, onde as pessoas confraternizavam, desabou uma grande chuvada. “Fiquei toda encharcada”, recorda entre risos.
Na altura, as pessoas conversavam, passeavam, cantavam e comiam os farnéis que levavam. “As pessoas partilhavam tudo. Uns levavam arroz doce outros pataniscas e tudo se trocava. Era muito engraçado”, recorda. Havia cantigas que se cantarolavam e era um dia “muito bem passado”.
Para Alzira Bento eram épocas em que havia mais união entre as pessoas. “Hoje dispersam-se com outras coisas, principalmente os jovens com as novas tecnologias. Em Alcanena ainda se tenta manter a tradição mas não é a mesma coisa porque as pessoas não conversam entre si”.

Alzira Bento recorda a Ascensão em Alcanena como um dia colorido em família

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