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“Ascensão com a mãe a apanhar a espiga e com o pai nas entradas de toiros”
Carlos Fernandes

“Ascensão com a mãe a apanhar a espiga e com o pai nas entradas de toiros”

Carlos Fernandes é campino e tratador dos cavalos da toureira Ana Batista. Participou durante 24 anos na entrada de toiros de Quinta-Feira de Ascensão, na Chamusca. Este ano participa num almoço de porco preto no espeto com amigos.

Imagine o nervoso miudinho de uma criança de sete anos, sentado num cavalo, a estrear-se na entrada de toiros da manhã de Quinta-Feira da Ascensão na Chamusca. Imagine, ainda, terminar a condução dos animais até à praça de toiros e descobrir que um dos animais se tinha tresmalhado. Estas são algumas das memórias que Carlos Fernandes, campino e tratador de cavalos ao serviço da cavaleira tauromáquica Ana Batista, guarda do feriado de Quinta-Feira de Ascensão.
Mas antes de ser campino, ainda criança, já Carlos Fernandes ia ao campo, na companhia da mãe das tias e da avó, apanhar a espiga, o que o leva a dizer, na brincadeira, que até sente as tradições da Ascensão correrem-lhe nas veias.
Actualmente celebra a Quinta-Feira da Ascensão de forma mais calma, com um almoço entre amigos onde não falta a animação e vinho tinto à mistura. “Somos sempre a mesma equipa. Eles assam dois porcos no espeto e passamos o dia a comer e a beber”, diz.
Carlos Fernandes conta que a tradição em Salvaterra de Magos na Quinta-Feira da Ascensão era ir de manhã à apanha da espiga, depois montar a cavalo, fechar as vacas e desmamar os vitelos. Fez isso durante a sua meninice e ainda criança começou a acompanhar o pai, fardado a rigor com as vestes de campino, na entrada de toiros da Chamusca. “Eu era sempre o centro das atenções. O pessoal gostava mais de ver um miúdo ali do que um homem”, garante.
A O MIRANTE o campino, que trata diariamente de todos os cavalos de Ana Batista, admite que se divertia sempre, mas confessa que houve momentos em que ficou com o coração nas mãos. “A malta tinha a mania de colocar uma corda a atravessar a estrada para tentar separar os toiros. Uma vez levei um cavalo novo. O animal assustou-se com a corda, escorregou e acabei por cair. Felizmente não parti nada”, lembra.

“Ascensão com a mãe a apanhar a espiga e com o pai nas entradas de toiros”

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