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“Forma de demonstrar a devoção tem vindo a mudar lentamente”
Ezequiel Inácio

“Forma de demonstrar a devoção tem vindo a mudar lentamente”

Pároco de Vila Franca de Xira defende a união apesar do afastamento físico. O cancelamento da romaria do Senhor da Boa Morte em Povos, por causa da pandemia, é uma oportunidade para cada um rezar em recolhimento e reflectir sobre o valor da vida.

Aproveitar o cancelamento da Romaria do Senhor da Boa Morte, que se costuma realizar em Povos, Vila Franca de Xira, na Quinta-Feira de Ascensão, para reflectirmos sobre o que andamos a fazer é a sugestão de Ezequiel Inácio, de 59 anos, pároco de Vila Franca de Xira.
“No dia-a-dia estamos tão ocupados e absorvidos com tanta coisa que podemos aproveitar esta oportunidade para pensarmos na nossa vida. Este tempo ajuda-nos a perceber o valor da nossa vida e o que andamos a fazer neste mundo”, diz.
O padre está na paróquia desde 2008 e tem muitas memórias da romaria. “Lembro-me de um ano em que estava a chover imenso e não se fez a procissão até ao alto do monte. Mas havia algumas pessoas que tinham prometido fazê-la e por isso acompanhámo-las até ao topo. Foi muito gratificante”, lembra.
A tradição de celebrar a Ascensão em Povos com a romaria ao Senhor da Boa Morte continua viva mas o pároco admite que as coisas estão lentamente a mudar e que a forma de expressar a devoção também se tem alterado. “Estamos num processo natural de envelhecimento. Nota-se um pequeno afastamento das pessoas mas temos de continuar a dinamizar e envolver os outros. Não depende de nós se a romaria continua ou não. Enquanto cá estivermos faremos tudo para que continue. O que este cancelamento poderá provocar no futuro não sabemos. O amanhã a Deus pertence”, reflecte. Para o pároco a Ascensão é uma altura de renovação da fé. “Representa uma promessa que Cristo nos fez a todos: que não nos abandona. As portas do céu foram abertas e toda a Humanidade é chamada para caminhar para elas em todos os dias”, afirma. Celebrar em família a Ascensão deve ser outro momento de alegria. “Continuamos juntos uns aos outros, mesmo sem celebração física, recordando momentos da romaria e rezando em nossas casas”, conclui.

“Forma de demonstrar a devoção tem vindo a mudar lentamente”

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