Escavação ilegal em Manique do Intendente vedada após 10 meses de denúncias
Em Julho de 2019 a população começou a alertar para a perigosidade no local, onde já morreram afogados seis animais e cinco foram resgatados. A zona foi agora vedada, mas a população não se conforma e exige que seja tapado o buraco, que se destinava ao depósito de resíduos de pecuárias.
Foram precisos dez meses de denúncias da população para que fosse vedada uma escavação ilegal com vários metros de profundidade em Manique do Intendente. No enorme buraco caíram pelo menos nove animais, dos quais dois cães e quatro gatos morreram afogados na última semana. Os restantes, tal como O MIRANTE tem vindo a noticiar, tiveram a sorte de ser avistados por populares e foram resgatados com vida pelos bombeiros.
O MIRANTE sabe que a Guarda Nacional Republicana (GNR) esteve na sexta-feira, 15 de Maio, a fiscalizar o local, dia em que a zona de acesso ao buraco foi vedada. A Câmara de Azambuja, que embargou a obra em Julho de 2019, andava desde essa altura a alertar o proprietário para que colocasse vedações. O MIRANTE contactou o proprietário do terreno e dono de uma pecuária no Cartaxo, mas este recusou-se a prestar quaisquer declarações.
Moradores querem reposição de terras
A escavação, forrada com uma lona de PVC, foi feita sem licença do município e destinava-se a receber resíduos de explorações pecuárias para serem posteriormente usados como adubo orgânico nos terrenos contíguos. Um cenário que não agrada à população uma vez que vai impregnar a localidade com maus cheiros, atrair mosquitos e outro tipo de insectos.
“Se vierem aqui despejar dejectos de porcos o ambiente não vai ser agradável”, refere Hernâni Silva, dono das duas cadelas que ali morreram afogadas. Além disso, alerta outra moradora, Silvana Furini, “as crianças podem subir as vedações” que na sua opinião não impedem que ali possa haver outra tragédia. “Esperamos que as entidades façam o que lhes compete. Não queremos isto aqui”, vinca.
Questionado por O MIRANTE, Luís de Sousa, presidente da Câmara de Azambuja, diz que ainda se encontra a decorrer o processo de contra-ordenação por movimentação ilegal de terras e que só após o seu desfecho o município poderá tomar outras medidas como exigir que o buraco seja tapado.