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Ruas e caminhos sem nome dificultam a vida aos residentes nas aldeias
João Furtado pede que dêem nome ao lugar onde vive

Ruas e caminhos sem nome dificultam a vida aos residentes nas aldeias

João Furtado é um dos muitos cidadãos do concelho de Tomar que vive numa casa onde se chega por um caminho em terra batida e sem placa toponímica. O MIRANTE conta a história e ajuda, assim se espera, a um desfecho com final feliz.

João Furtado tem 74 anos e vive sozinho numa casa situada em Cardelas, Tomar, ao fundo de uma pequena travessa de terra batida. Como a travessa é utilizada apenas por si, uma vez que as casas vizinhas já foram abandonadas, a ruela não teve direito a placa toponímica e isso causa-lhe transtornos com a entrega do correio. João Furtado tentou minimizar o problema dando como morada o nome da Rua Principal das Cardelas, São Pedro de Tomar, porque essa era a designação da estrada que atravessa toda a zona de Cardelas.
Há cerca de um ano o nome dessa artéria foi alterado passando a designar-se por Rua das Lameiras. O reformado, que vive na mesma casa há mais de dez anos, continua a receber as cartas porque os carteiros que por ali passam conhecem-no e sabem onde mora. No entanto, já teve problemas com as empresas distribuidoras de água e luz porque não conseguem fazer as contagens obrigatórias. João Furtado só pede que dêem um nome ao lugar onde vive.
São três casas construídas no interior de um terreno. Um dos vizinhos mudou-se para casa de familiares em Lisboa e o outro faleceu há alguns meses. João é viúvo há mais de 20 anos e agora vive sozinho. Diz não ter medo e gosta do sossego. Escreveu a O MIRANTE a pedir que contássemos a sua situação porque gostava de ter um resto de vida tranquila e a Câmara de Tomar pode fazer dele e da sua teimosia um exemplo de amor à terra. “Cheguei a construir uma placa onde escrevi Rua dos Abandonados e prendi-a ao contador da água. Ainda lá ficou uns tempos mas alguém a tirou”, recorda com boa disposição.
Confessa que chegou a escrever uma carta à presidente da Câmara de Tomar mas não a enviou nem contactou a autarquia para tentar resolver o problema, embora gostasse que atribuíssem um nome ao local onde mora.
O vice-presidente da Câmara de Tomar explica a O MIRANTE que existem vários casos como este no concelho. Muitas das ruas não constam da base de dados do município. Hugo Cristóvão esclarece que desde o início do mandato têm feito um levantamento em todas as freguesias para identificar as ruas e caminhos sem nome e resolver as situações. O autarca disse a O MIRANTE para levar o seguinte recado a João Furtado: escreva ou vá pessoalmente à autarquia que o seu problema será resolvido com alguma celeridade.

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