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As velharias ou são actualizadas e tornam-se úteis ou desaparecem

De cada vez que fecham tascas, lojecas e cafés com mais de não sei quantas décadas os autores de obituários comerciais dão uma de carpideiras e esgotam os adjectivos para nos convencerem que acabámos de ficar mais órfãos do que se tivéssemos perdido toda a família, próxima e longínqua.
Pelo meio também arranjam uns culpados de tais tragédias. Por não terem oferecido apoios destinados a manter as teias de aranhas, o centenário pó entranhado nos balcões e armários do tempo da fundação, ou por não terem travado o aparecimento da concorrência.
Não me sinto culpado por passar tantas vezes, sem entrar, à porta de tais relíquias comerciais onde não entram, nem vassouras, nem fornecedores com novos produtos e onde cada teia de aranha é, no dizer dos saudosistas, um pedaço vivo de história.
Quando era miúdo entrava em algumas a fazer recados à minha mãe, mas isso já foi há mais de meio século e nessa altura já algumas dessas lojas estavam velhas e decadentes.
Que os donos vão todos os dias abrir as portas e fiquem por ali a ver se entra alguém para dois dedos de conversa, percebe-se. Que se queixem do progresso é compreensível. Que haja quem defenda o uso de dinheiros públicos para recuperar e manter tais coisas, não é razoável.
Carlos José Castelo Marques

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