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Não se pode perder a cultura de dar sangue e ajudar quem precisa
A enfermeira Graça Alfaia é presidente da Associação Humanitária de Dadores de Sangue da Freguesia do Tramagal, que foi eleita Associação do Ano pela Federação Portuguesa de Dadores de Sangue

Não se pode perder a cultura de dar sangue e ajudar quem precisa

Associação Humanitária de Dadores de Sangue da Freguesia do Tramagal foi eleita Associação do Ano pela Federação Portuguesa de Dadores de Sangue. O seu trabalho é um exemplo de solidariedade e entrega a uma causa. Graça Alfaia é presidente da colectividade e destaca a importância de um gesto que pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Ainda há muitas pessoas sem consciência da importância de dar sangue e este ano, com a pandemia causada pela Covid-19, esse gesto voluntário é mais importante. “Não podemos perder a cultura de dar sangue, de estar disponível. É um acto tão simples e um gesto tão nobre, porque estamos a ajudar quem precisa”, diz Graça Alfaia, presidente da Associação Humanitária de Dadores de Sangue da Freguesia de Tramagal, eleita Associação do Ano pela Federação Portuguesa de Dadores de Sangue.
A única associação de dadores de sangue do concelho de Abrantes celebrou 30 anos de actividade a 13 de Junho. Estava programada a organização de uma gala para assinalar o aniversário, com o apoio da Câmara de Abrantes, mas a pandemia veio estragar os planos.
Graça Alfaia, enfermeira de profissão, recorda a O MIRANTE que a associação começou em 1990 pelas mãos de António Contente, já falecido, que na altura juntou um grupo de amigos para darem sangue e ajudarem a sua esposa, que precisava de uma transfusão. A partir daí nasceu a associação que teve sempre muita dinâmica no Tramagal.
Os dirigentes compraram um edifício espaçoso no centro da vila que actualmente aluga a vários serviços. Além dos Correios, estão ali instalados um laboratório de análises clínicas, dentista, podologista, reflexologista, cabeleireira e manicura. Já tiveram serviço de pediatria mas desde que o médico João Brazão se aposentou, em 2018, não têm essa especialidade. Essas rendas permitem pagar as contas durante o ano, além do apoio da Câmara de Abrantes.
Presidente da associação há 12 anos e sócia há 15, explica que todos os elementos da associação ficaram orgulhosos pela distinção da Federação de Dadores de Sangue e acredita que um dos factores para terem sido homenageados foi estarem no activo há três décadas, apesar do número de dadores ter diminuído nos últimos anos. Graça Alfaia destaca também o Concurso sobre Sangue que se realiza há cerca de 20 anos em todas as escolas do Agrupamento de Escolas nº2 de Abrantes. “É uma forma de sensibilizar os mais jovens para a importância de dar sangue”, sublinha, acrescentando que todos os anos se realiza uma colheita numa das escolas do agrupamento.
A presidente da associação lamenta que cada vez haja menos dadores de sangue no concelho de Abrantes e por esse motivo realizam-se menos colheitas. “Se não temos número suficiente de dadores o Instituto Português do Sangue e da Transplantação não envia equipa, por isso temos menos recolhas de sangue. Gostaríamos de conseguir inverter essa tendência mas há falta de sensibilidade das pessoas para a dádiva de sangue”, afirma.
O grupo tem cerca de 600 sócios mas a grande maioria não paga a quota anual de 12 euros. Muitos já morreram e a associação tem que fazer um levantamento para actualizar o número de sócios. Além de Graça Alfaia fazem parte da direcção Manuel Rodrigues (vice-presidente), Lina Mendonça (tesoureira) e Cristina Rodrigues (secretária). A presidente lamenta que seja cada vez mais difícil “recrutar” novos elementos para os órgãos sociais da associação. “As pessoas estão muito ocupadas com as suas vidas e cada vez há menos interesse para o associativismo”, afirma.

Pandemia não a deixou assistir ao nascimento do primeiro neto

Graça Alfaia nasceu a 10 de Janeiro de 1967 em Nisa, distrito de Portalegre, mas viveu sempre no Tramagal, concelho de Abrantes. O pai foi militar e trabalhou no Campo Militar de Santa Margarida, concelho de Constância. É enfermeira no Hospital de Abrantes e o novo coronavírus estragou-lhe os planos de assistir ao nascimento do primeiro neto. Simão nasceu há três meses no Hospital de Torres Novas, pois durante a pandemia a maternidade foi transferida para essa unidade hospitalar.
“Vejo nascer tantos filhos e netos de amigos e não pude ver o nascimento do meu neto. Tive muita pena. A minha nora teve que ficar lá sozinha. São os tempos que vivemos”, afirma enquanto mostra uma fotografia do bebé. Assim que o neto foi para casa, ela e o marido, devidamente protegidos, foram conhecer Simão, dez dias depois do nascimento, quando teve alta.
Graça Alfaia trabalha no serviço de Medicina mas durante a pandemia trabalhou num serviço não Covid. Diz que com o reforço de enfermeiros e médicos no Hospital de Abrantes foi possível cumprir o horário semanal de trabalho e que, felizmente, correu tudo bem e a unidade hospitalar continua a ser um hospital de referência para doentes infectados com Covid-19.

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