Parlamento lamenta morte do toureiro Mário Coelho
Voto de pesar teve oposição do PAN, que considerou inaceitável enaltecer a cultura da morte e do sangue.
A Assembleia da República aprovou na sexta-feira, 10 de Julho, um voto de pesar pela morte do antigo matador de touros Mário Coelho, com a oposição do PAN, que considerou a homenagem “inaceitável”. O texto, apresentado pelo PS, PSD, CDS-PP e Chega, foi aprovado em sessão plenária com a abstenção do BE e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues (ex-PAN)”.
A nota de pesar apresentada lembra Mário Coelho como um “conceituado toureiro, nome grande da tauromaquia e um dos grandes embaixadores culturais de Portugal no estrangeiro”. De acordo com a nota, o antigo matador de touros alcançou prestígio internacional como bandarilheiro, nas décadas de 50 e 60 do século XX, tendo conquistado o estatuto de “Melhor Bandarilheiro do Mundo”.
“Até morrer, Mário Coelho nunca deixou de colaborar com ganadarias e de promover e participar em colóquios e outras actividades culturais. Mário Coelho disse, recentemente, que gostaria de ser recordado como “um homem digno, um homem que traçou um caminho direito e que nunca saiu dele”. E assim será”, pode ler-se no texto votado.
Mário Coelho despediu-se das arenas em 1990, na Praça de Touros do Campo Pequeno, e no mesmo ano foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural em 1990, por Pedro Santana Lopes, então secretário de Estado da Cultura. Em 2005, foi agraciado com a Comenda da Ordem do Mérito pelo então Presidente da República Jorge Sampaio.
Mário Coelho faleceu a 5 de Julho, aos 84 anos, no Hospital Vila Franca de Xira, onde estava internado, vítima de Covid-19.