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Nos pequenos clubes nascem grandes atletas
O JDA já regressou às competições e na próxima época quer aumentar o número de atletas

Nos pequenos clubes nascem grandes atletas

Numa altura em que arranca o desconfinamento para o atletismo O MIRANTE foi assistir ao regresso às pistas do Juventude Desportiva Almansor, de Benavente. Com quase meia centena de atletas filiados a meta para os próximos tempos é aumentar o número de praticantes de uma modalidade com inúmeras disciplinas.

Nem todos os atletas conseguem atingir grandes metas. Apenas uma minoria atinge o estrelato: os que têm talento natural e não desistem, que apuram a técnica e dão o litro em cada treino. E o Juventude Desportiva Almansor (JDA) não foge à regra. “A maioria não entra para ganhar competições mas para praticar actividade física”, começa por referir o treinador David Inácio, ressalvando, no entanto, que neste clube já nasceram nomes sonantes do atletismo como Michael Fonseca que se sagrou cinco vezes campeão nacional com a camisola do JDA.
“Não há dúvida que é nos pequenos clubes que nascem os grandes atletas”, afirma convicto o técnico, que explica: “Deve-se sobretudo ao ambiente familiar que se cultiva nestes clubes da terra, onde todos se conhecem e puxam uns pelos outros. Sem esquecer, claro, as condições de treino e ao nível da saúde que se oferecem, que no nosso caso são excelentes”.
O atletismo, ao contrário dos desportos colectivos, foi pouco afectado pela pandemia. As competições foram suspensas, mas nem por isso o obstáculo pandemia serviu para deixar as pernas em descanso. “Sendo um desporto ao ar livre permitiu-nos manter os treinos, mesmo durante o estado de emergência”, explica Daniel Inácio, irmão de David, também treinador.
O Juventude Desportiva Almansor, fundado em 2006, tem nesta época 47 atletas filiados que alcançaram 12 títulos regionais. No domingo, 2 de Agosto, voltaram às provas, no Campeonato Nacional de sub-20, que decorreu em Lisboa e no qual participaram as atletas Sofia Rosado e Vitória Patrocínio.
Não é de estranhar que as estreantes, depois da paragem por causa do estado de emergência, sejam duas mulheres, já que 70 por cento dos atletas deste clube são do sexo feminino. Talvez, explicam os treinadores, porque “não há tanta oferta desportiva para elas e acabam por praticar mais desportos individuais”.
No que toca a idades não há limites. Há atletas a figurar nos sete escalões e a grande meta para a próxima época é fazê-los crescer em qualidade e número. “A máquina está montada, estamos a voltar aos bons resultados e a expectativa é conseguirmos filiar mais atletas”, vinca a presidente do clube, Noélia Guerra. Não só porque correr está na moda, mas porque “a sociedade sente cada vez mais a necessidade de quebrar o sedentarismo”, acrescenta.
“O problema dos ecrãs é uma realidade e os pais querem tirar os miúdos da frente deles”, destaca Daniel Inácio, explicando que é um dos motivos pelo qual o JDA tem vindo a engrossar as suas camadas mais jovens.

Fazer desporto não é perda de tempo
Embora tenham formação na área os dois treinadores não vivem do atletismo já que, como dizem, “é impossível viver dele em Portugal”. David Inácio é personal trainer e Daniel funcionário da Câmara de Benavente. “Também somos remunerados pelo trabalho que fazemos no JDA. Somos qualificados e quem o é não pode trabalhar por carolice. Fazê-lo é o mesmo que desprestigiar o desporto e o trabalho dos treinadores”, defende David.
Na opinião dos treinadores, há quem ainda ache que pôr uma criança ou jovem a fazer desporto é uma perda de tempo. “Mas isso tem de mudar porque é errado”, atira Daniel e tenta comprovar: “Todos os nossos melhores atletas são os melhores alunos. O desporto ajuda-os na organização, na gestão do tempo a gerir e na auto-estima para conseguirem ser melhores. Mas ao nosso país ainda lhe falta perceber a importância que o desporto tem na formação dos nossos jovens”.

Atletismo é para todos
Noélia é ex-atleta e presidente do clube há cinco anos. Há vários anos que deixou as pistas, mas nem por isso a paixão pela modalidade esmoreceu. “Defendo o atletismo como um dos desportos mais completos. É muito mais do que correr, é a magia do desporto”, afirma.
Existem mais de duas dezenas de disciplinas no atletismo desde os lançamentos de peso, dardo e disco, passando pela marcha, salto à vara e corridas de velocidade, de barreiras e de meio fundo e fundo. “A diversidade é tanta que esta modalidade se encaixa em todos os corpos, dos mais altos aos mais baixos, aos mais gordos e aos mais magros”, completa o treinador Daniel Inácio.

Sofia Rosado foi a Lisboa bater o recorde regional nos 300 metros

Sofia Rosado sagra-se vice-campeã nacional e bate recorde regional

A atleta do Juventude Desportiva Almansor, Sofia Rosado, sagrou-se vice-campeã nacional sub-18 dos 300 metros com a marca de 41’’26 que é novo recorde do distrito de Santarém. A prova decorreu no fim-de-semana de 1 e 2 de Agosto, em Lisboa. Sofia Rosado conquistou ainda duas medalhas de bronze nos 200 metros, em sub-18 e sub-20.
Em bom plano esteve também a lançadora Vitória Patrocínio que alcançou um sétimo lugar no lançamento de martelo no escalão sub-20 e um nono lugar em sub-18, batendo os seus recordes pessoais.
Na ala masculina, o lançador Marcelo Pereira chegou ao oitavo lugar no lançamento de disco e ao décimo segundo lugar no lance de martelo, no escalão sub-18.

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