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Olímpicos do Brasil salvam o ano ao centro de estágios de Rio Maior
Atletas brasileiros que preparam em Rio Maior Jogos Olímpicos de Tóquio 2021 numa foto para O MIRANTE

Olímpicos do Brasil salvam o ano ao centro de estágios de Rio Maior

Comitiva com cerca de 500 elementos do Comité Olímpico do Brasil vai viver e treinar nos próximos seis meses no Rio Maior Sports Center a preparar os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021. Uma parceria que interessa ao comércio local e alivia o orçamento do complexo desportivo que teve de cancelar perto de uma centena de contratos por causa da pandemia.



O Rio Maior Sports Center, gerido pela empresa municipal Desmor, foi obrigado a cancelar cerca de uma centena de contratos com organizações desportivas de todo o mundo por causa da pandemia. Em números aproximados, prevê-se que tenha existido uma quebra nas receitas de mais de meio milhão de euros, o que representa cerca de 1/3 do orçamento anual da empresa. As informações foram dadas a O MIRANTE por Diva Cobra, administradora da Desmor, no dia em que o nosso jornal visitou as instalações do centro para sentir o pulsar do ambiente que ali se vive.
Segundo Diva Cobra, durante os dois meses de encerramento houve muito tempo para pensar e reestruturar a dinâmica da empresa para que quando fosse possível reabrir se conseguisse recuperar rapidamente o tempo e os investimentos perdidos. Uma das soluções encontradas foi antecipar a vinda dos elementos do Comité Olímpico do Brasil (COB) que estava prevista apenas para 2021. Como os Jogos Olímpicos de Tóquio foram adiados para o próximo ano a comitiva optou por escolher Rio Maior para se preparar para o maior evento desportivo do mundo.
Até final deste ano vão passar pelo centro cerca de 500 elementos do COB, incluindo atletas, técnicos e dirigentes. “A vinda do COB, de certa forma, salvou-nos o ano. É certo que não recuperamos o que perdemos, mas minimizámos bastante as perdas”, afirma Diva Cobra. O elevado número de pessoas nas instalações obriga a um rigor diário para cumprir com todas as normas exigidas, o que exige mais qualidade nos serviços. “Com a pandemia melhoramos o trabalho de equipa, nomeadamente ao nível da disciplina e empenho para servirmos da melhor forma os nossos clientes”, assegura.
Mas não só o Rio Maior Sports Center sai a ganhar com a chegada da comitiva brasileira. A cidade e o comércio local de Rio Maior estão também a ter impactos positivos. Os dois hotéis da cidade estão lotados porque o número de camas disponíveis no centro reduziu para metade; os restaurantes e cafés recebem com frequência a visita dos brasileiros; e os principais pontos turísticos, sobretudo as Salinas de Rio Maior, também são paragem obrigatória para as sessões fotográficas.

A boa comida e a simpatia dos riomaiorenses
Vinícius Lanza, 23 anos, é uma das esperanças do COB para conquistar uma medalha em Tóquio. Nadador desde os três anos atribui à disciplina, ao trabalho e à paixão pela modalidade os principais ingredientes para o sucesso. A experiência em Rio Maior está a ser marcante por várias razões, mas a simpatia dos riomaiorenses e a boa comida destacam-se naquele que é para si um dos melhores centros desportivos onde já esteve. “Sinto-me em casa”, reforça, antes de voltar a entrar na piscina para dar seguimento ao treino que interrompeu para falar com o repórter de O MIRANTE.
Com a mesma opinião do atleta, Joyce Ardies, uma das coordenadoras do COB, realça a qualidade e a entrega de todo o staff do Rio Maior Sports Center como o factor que marca a diferença em relação a outros centros desportivos no mundo. “Costumamos dizer que se pedirmos uma girafa é muito provável que ela cá esteja no dia seguinte”, conclui, em jeito de brincadeira.

À margem

Falta trabalho associativo em Rio Maior

A cidade de Rio Maior, a curto prazo, corre o risco de ficar sem atletas de referência no panorama desportivo nacional. Os marchadores Inês Henriques e João Vieira, já na casa dos quarenta anos, são os últimos resistentes de um fenómeno desportivo que já levou cerca de uma dezena de atletas a competir em jogos olímpicos. O desinvestimento na prata da casa é bem visível se visitarmos o estádio municipal ao fim da tarde; longe vão os tempos em que o problema era não haver espaço para os atletas; agora são pouco mais de meia dúzia e, a maioria, treina sem o acompanhamento de treinador.
Não se percebe como é que uma cidade que tem, sem dúvida, das melhores instalações desportivas do país esteja literalmente a viver das equipas estrangeiras, e de algumas equipas nacionais, que vão ali estagiar; assim como também não se compreende como é que ainda não foi implementado um projecto desportivo, nomeadamente ao nível do futebol, que envolva as centenas de crianças e jovens do concelho e muitas outras que possam vir de clubes de cidades mais próximas.

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