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Morta a tiro pelo ex-companheiro  em frente às filhas 
Marta Figueiredo tinha três filhas com o ex-companheiro. António Silva, vizinho e amigo da família, está consternado com o crime

Morta a tiro pelo ex-companheiro  em frente às filhas 

Marta Figueiredo tinha terminado a relação há poucos meses mas o ex-companheiro nunca aceitou a separação. Matou-a com três tiros de caçadeira na casa onde viveram em Aveiras de Baixo. As filhas, das quais duas são menores, estavam na mesma casa.



Naquela tarde de domingo, 9 de Agosto, Marta Figueiredo, de 40 anos, estava em casa, depois de um almoço em família com os pais e as três filhas, quando o ex-companheiro pediu para fazer uma visita. Precisava de ir buscar material de trabalho que ainda estava lá. A relação tinha terminado há pouco tempo e Carlos Sousa, de 50 anos, não aceitava a separação. Marta acedeu ao pedido. Acabou morta por três tiros de caçadeira disparados em contexto de violência doméstica.
Depois de matar a mulher, Carlos Sousa abandonou a casa, entrou no carro e seguiu em direcção à casa onde vivia após o término do relacionamento, no concelho do Cartaxo (ver caixa). Pegou noutra caçadeira e disparou contra si próprio. Foi encontrado já cadáver.
Por ser caçador, Carlos Sousa tinha licença de uso e porte de arma e usou uma das duas caçadeiras que tinha no carro para matar a ex-companheira, que teve morte imediata. Fugiu de arma na mão.
Antes de matar a mulher Carlos Sousa tinha estado a almoçar num café, em Aveiras de Baixo, que abandonou cerca das 15h00. Três horas depois foi quando puxou da arma para matar. José Santos, morador na terra, almoçou na mesa ao lado. “Era costume vir cá com a mulher e as filhas antes de se separar. Nesse dia não bebeu álcool. Não sei o que lhe passou pela cabeça”, diz revoltado.

“Era uma boa moça, humilde,
simples e trabalhadora”
“Não sei porque se separaram, mas nunca ouvi falar em violência. Só sei que o sogro o adorava, levava a vida a elogiá-lo”, diz a O MIRANTE o vizinho de 83 anos, António Silva. Soube do crime pelas notícias e, um dia depois, ainda não tinha tido coragem de visitar a família da vítima. “Liguei ao pai dela. Não aguentei, comecei a chorar. Era uma boa moça, humilde, simples e trabalhadora. Ensinei-a a podar nas vinhas da família quando era mais nova”, conta.
Questionada por O MIRANTE, a GNR não confirma a existência de queixas da vítima por violência doméstica, “por respeito à privacidade dos cidadãos”. Uma patrulha esteve no local do crime tendo a investigação transitado para a alçada da Polícia Judiciária que esteve cerca de três horas a recolher provas, na noite do homicídio.

Filhas estavam em casa quando ocorreu o crime

As três filhas do casal, de 19, 17 e 3 anos, estavam em casa dos avós, onde viviam com a mãe, quando Marta foi morta a poucos metros. As duas menores já foram sinalizadas pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) que está em contacto com elementos da família, para que possam, se o entenderem, requerer a guarda das crianças.

Homicida liga à filha a contar o crime

Depois de matar a mulher Carlos Sousa pôs-se em fuga. Percorreu pouco mais de seis quilómetros até um terreno que herdou dos pais, no concelho do Cartaxo, parou o carro, pegou noutra arma com que habitualmente caçava e matou-se. Segundo um vizinho, antes, terá entrado em contacto com outra filha, mais velha, fruto de uma anterior relação, a contar que tinha morto a ex-companheira e que se preparava para cometer suicídio. “Ela ligou para o tio para que tentasse impedi-lo, mas já não foi a tempo”, revela a mesma fonte. O corpo foi encontrado já cadáver e transportado ao hospital depois de a Polícia Judiciária ter recolhido provas no terreno.

Morta a tiro pelo ex-companheiro  em frente às filhas 

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