
Procurado por homicídio apanhado pela GNR em operação digna de filme de acção
Condenado, capturado em Glória do Ribatejo, tinha 15 anos de prisão por cumprir. A detenção só foi possível devido a uma denúncia por suspeita de tráfico de droga.
Um homem, de 34 anos, foi detido em Glória do Ribatejo, concelho de Salvaterra de Magos, depois de andar dois anos fugido à justiça e vai agora cumprir uma pena de 15 anos de prisão efectiva por homicídio simples, dano e posse ilegal de arma. O criminoso, residente na localidade vizinha do Granho, só foi detido depois de a Guarda Nacional Republicana (GNR) ter recebido uma denúncia, no dia 3 de Agosto, a indicar que três indivíduos estavam a traficar droga junto a um café em Marinhais.
Segundo fonte da GNR, uma patrulha deslocou-se ao local, onde já não se encontravam os suspeitos. Foi dado alerta para a viatura em que seguiam tendo a mesma sido detectada noutro ponto do concelho. A GNR mandou parar a viatura recorrendo a sinalização sonora e luminosa e a ordem foi acatada pelo condutor. Depois de apresentar uma carta de condução falsificada que adensou as suspeitas das autoridades, o homem pôs-se em fuga sozinho no automóvel, em direcção a Glória do Ribatejo, obrigando os militares a desviarem-se para não serem abalroados. Foi já nessa vila que o fugitivo, Daniel S., se despistou numa rotunda.
Como o suspeito não respeitou a voz de detenção dos guardas vai ter de responder também pelo crime de resistência e coacção sob funcionário, além dos crimes de condução perigosa e uso de documento falso. Durante a acção a GNR apreendeu ainda 900 euros em dinheiro, dois cartões de crédito pertencentes a outros cidadãos e dois relógios.
De acordo com a GNR, soube-se depois da detenção que o mesmo homem “tinha pendente, desde 2018, um mandado de detenção para cumprimento efectivo da pena de 15 anos” por um homicípio perpetrado na zona do Seixal.
O suspeito acabou por sofrer ferimentos ligeiros devido ao acidente e foi transportado ao Hospital Vila Franca de Xira para receber tratamento. Depois de ter alta foi presente ao Tribunal do Seixal, que tinha emitido o mandado de captura. O condenado foi posteriormente conduzido ao Estabelecimento Prisional de Lisboa para cumprimento da pena de homicídio.
Colega de trabalho surpreendido diz que fugitivo é um bom rapaz
No Granho, localidade onde residia o detido, não se fala noutra coisa que não seja a perseguição de 3 de Agosto. Em choque com a notícia da detenção, Rui Filipe, vizinho e ex-colega de trabalho do condenado, não quer acreditar que afinal nem o nome lhe conhecia e sente-se revoltado. “Não acredito que tivesse documentos falsos e que tenha cometido qualquer crime. Era um rapaz trabalhador que não se metia com ninguém”, refere a O MIRANTE.
“Estávamos no café onde nos encontrávamos todos os dias”, começa por contar, acrescentando que saiu momentos antes de ter tido início a perseguição das autoridades que culminaria na detenção. “Quando soube fui para lá, mas já só vi o carro e a GNR. Não queria acreditar. Toda a minha família está em choque”, diz Rui Filipe, vincando que está disposto a testemunhar em tribunal para defender o condenado, agora arguido pela prática de novos crimes. “Uma vez disse-me que estava farto e que tinha de pagar por coisas que não tinha feito e acredito nele. A justiça pode ter falhado”, diz.
