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Uma feira que une dois concelhos
A família Fortunato, das Caldas da Rainha, vende parte da sua produção no concelho vizinho

Uma feira que une dois concelhos

A FRIMOR – Feira Nacional da Cebola é um acontecimento anual em Rio Maior. Este ano adaptou-se à pandemia e mudou o nome para Mercado da Cebola. Os produtores do vizinho concelho das Caldas da Rainha mais uma vez não faltaram à chamada, porque sem eles quase não haveria cebolas na feira.

Florbela Janota continua a tradição da família e é presença assídua na feira de Rio Maior

Numa época de acesa competição entre concelhos na promoção e divulgação do que de melhor cada um tem ou o distingue, em Rio Maior realiza-se há cerca de 250 anos a tradicional feira da cebola. Um evento que, além de outras vertentes, valoriza um produto que vem, na sua esmagadora maioria, do concelho vizinho das Caldas da Rainha, pela mão de produtores locais de Alvorninha e Vidais.
É um caso raro de simbiose entre concelhos que foi devidamente assinalado na tarde de dia 4 de Setembro, nos breves discursos dos autarcas de Rio Maior e de Caldas da Rainha durante a inauguração do Mercado da Cebola, a versão possível da habitual FRIMOR – Feira Nacional da Cebola, que este ano ficou na gaveta devido à pandemia de Covid-19.
Manuel Vicente Fortunato é um produtor de cebola que veio de Alvorinha vender os seus produtos a Rio Maior. Tem 64 anos e já frequenta a feira da cebola há 51 quando começou a acompanhar o pai nessas andanças. Agora, são os netos que se juntam a ele. Neste ano atípico o negócio tem estado fraco, diz, pois os consumidores perderam poder de compra. Mas enquanto conversamos despacha um enorme saco de cebolas para clientes habituais. “Temos que ir lutando”, diz em jeito de auto-motivação.
A feira de Rio Maior é um importante momento do ano para escoamento de parte da sua produção agrícola, que não se cinge à cebola. A família Fortunato também produz batata e vinho. Vende habitualmente nos mercados de Caldas da Rainha e de Santana e a intermediários que colocam os produtos noutras superfícies comerciais. O preço da cebola está mais baixo do que no ano passado, a 60 cêntimos o quilo se for em réstia ou a 50 cêntimos por quilo se for ensacada.

A excepção que vem de Santarém
A esmagadora maioria dos ceboleiros presentes em Rio Maior vem das Caldas da Rainhas mas não há regra sem excepção. E esta é protagonizada por Florbela Janota, empresária que veio de Gançaria, no concelho de Santarém. O negócio em parceria com um irmão já vem de família. O pai, oriundo do concelho de Rio Maior, era presença assídua como vendedor na feira da cebola e a filha continua a tradição.
Para além de cebolas, vende alhos, batata doce, cactos e outros produtos. Com o encerramento dos mercados devido à pandemia os negócios caíram a pique mas Florbela conseguiu manter-se à tona, embora com dificuldades. Diversificou a oferta, com a venda de cactos decorativos através da Internet, por exemplo, demonstrando capacidade de adaptação à nova realidade.
“Deu para sustentar a casa, agora vamos ver no que isto vai dar”, diz a empresária que vendia habitualmente em mercados como os de Amiais de Baixo, Alcanede, Santana, Caldas da Rainha ou Minde.

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