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Carolice e amor à música dão vida à Associação Cantares Vozes da Meia Via
foto DR Associação de Cantares Vozes da Meia Via, concelho de Torres Novas, cantam sobretudo música ligeira portuguesa

Carolice e amor à música dão vida à Associação Cantares Vozes da Meia Via

Associação do concelho de Torres Novas organiza ao longo do ano diversas actividades culturais e tem a particularidade de ser só constituída por mulheres.

Cândida Fanha é advogada de profissão e preside à Associação Cantares Vozes da Meia Via, um grupo vocal exclusivamente feminino que funciona também como uma forma de escape do dia-a-dia. “Nos grupos mistos há sempre casais e sendo só mulheres esta é a nossa bolha feminina, onde desabafamos e falamos sobre assuntos de mulheres. Criámos uma ligação tão forte que com homens no grupo não seria possível”, confessa. “Só deixamos os homens ajudar, se for necessário. Agora mandar, só as mulheres é que mandam”, garantiu Fátima Rosa, que também pertence à direcção da colectividade do concelho de Torres Novas.
A associação vive das angariações feitas nos eventos e da boa vontade da população. O dinheiro angariado serve para comprar equipamentos e financiar as deslocações. Das várias actividades que organizam ao longo do ano destacam-se duas, de onde provém a maior parte do financiamento. A “Festa das Associações”, que se realiza em Setembro, e o Cantar das Janeiras pelas ruas da Meia Via. “Há pessoas que em Dezembro já nos perguntam em que ruas vamos passar. Montam as mesas com comida e dão-nos sempre algum dinheiro,” conta Fátima Rosa.
Este ano vai ser mais pobre em termos financeiros pois todas as actividades foram canceladas devido à pandemia. As despesas básicas, como a água e luz, são pagas com o fundo de maneio que têm guardado. No entanto, há uma despesa que representa o maior peso no orçamento: o transporte. “Cantamos de forma gratuita. A única coisa que pedimos em troca é ajuda no transporte e na alimentação. Normalmente a Câmara de Torres Novas e a Junta de Freguesia da Meia Via cedem-nos o autocarro, mas nem sempre é fácil”, conta Fátima Rosa. “Mas nunca deixámos de fazer nada por causa do dinheiro. Há sempre pessoas a ajudar”, acrescenta Cândida Fanha.
Para além de pertencer à direcção do grupo da Meia Via, Cândida Fanha é proprietária de um palacete, onde cedeu um anexo para a realização dos ensaios. A propriedade, com cerca de três hectares, encontra-se à venda por um milhão de euros. E quando o negócio se consumar a associação terá de mudar de casa. Sempre com um sorriso, Fátima Rosa diz não ter medo do que o futuro reserva: “Se o palacete for vendido temos a palavra da presidente da Junta da Meia Via que nos irá ajudar a arranjar um novo local”.

Cantar na festa de Natal dos sem-abrigo em Lisboa
As Vozes da Meia Via ensaiavam às quartas-feiras mas por causa da pandemia os ensaios foram suspensos. “Só em Junho é que tivemos dois dias com movimento por causa das gravações de um programa de televisão”, diz Fátima Rosa. O grupo também já foi a outros programas de televisão cantar as Janeiras e fizeram uma demonstração de como se celebra o dia dos bolinhos na Meia Via.
Além disso, já actuaram três vezes para a mais alta figura do Estado. Há dez anos consecutivos que o grupo actua na festa de Natal dos sem-abrigo em Lisboa. O repertório musical das vozes da Meia Via é sobretudo música ligeira portuguesa. Amália Rodrigues, Francisco José, Tony de Matos ou Madalena Iglésias são alguns dos artistas que inspiraram a criação de temas.
Os originais do grupo são compostos por Fátima Rosa. Sem formação na área, afirma que tem no sangue a paixão pela música. “Já ensaio grupos há 30 anos. De vez em quando ia fazendo algumas formações de maestro. Coisas muito básicas”, confessa Fátima Rosa.

Uma associação só para mulheres

A associação sem fins lucrativos situa-se na freguesia da Meia Via, concelho de Torres Novas. Foi fundada em 2009 com 18 elementos femininos. Neste momento conta com 25. O grupo é composto apenas por mulheres com idades entre os 31 e os 83 anos. A maior parte dos elementos reside na Meia Via. Das 25 cantoras, 15 já se encontram reformadas e as restantes ainda têm uma ocupação profissional.

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