uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Clube de Ciclismo José Maria Nicolau  suspende actividade por falta de patrocínios
José Nicolau diz que sem patrocínios é difícil oferecer boas condições aos atletas

Clube de Ciclismo José Maria Nicolau  suspende actividade por falta de patrocínios

Questões financeiras na origem de uma decisão que a pandemia ajudou a acelerar.

O Clube de Ciclismo José Maria Nicolau (CCJMN), do Cartaxo, decidiu suspender a sua actividade por tempo indeterminado. A falta de apoios foi o principal factor para esta decisão e a pandemia veio acelerar uma decisão que andava a ser ponderada há algum tempo. O presidente do clube, José Nicolau, confessa a O MIRANTE que a vontade da direcção era continuar com o clube mas, actualmente, não existem condições para tal.
Em 2020, o clube tinha apenas dez atletas nos sub-23 e seis nas escolinhas. Já tinha deixado cair as categorias de cadetes e juniores há algum tempo. “Quando não há patrocínios é impossível darmos boas condições aos atletas e foi faltando tudo. Com muita pena o clube foi perdendo o fulgor que teve durante muitos anos”, afirma José Nicolau. A equipa surgiu há 18 anos porque havia ciclistas do Cartaxo mas não existiam equipas de ciclismo no concelho por isso quiseram colmatar essa lacuna. Nessa altura, atingiram o auge com muitos atletas do Cartaxo e também de fora.
Em 18 épocas passaram pelo CCJMN 297 ciclista, 40 dirigentes, 15 títulos de campeão nacional; participação em três Voltas a Portugal em Cadetes e Juniores (individual e equipas). Estas são apenas algumas das principais conquistas do clube. Em 2020 as escolinhas nunca competiram porque o campeonato costuma iniciar em Março e Abril e o país estava confinado. Os sub-23 participaram em duas corridas antes do confinamento. Regressaram em Julho com uma prova de reabertura e participaram no campeonato nacional. Depois disso não houve mais provas.
A falta de interesse por parte dos miúdos também pesa para as escolinhas não poderem funcionar. “Os miúdos são competitivos e ao terem que ficar em casa desistem do ciclismo, que é um desporto duro e exigente, que requer alguns sacrifícios. Além disso, agora também há o BTT que muitos consideram mais divertido. Tudo acaba por contar na hora de fazer contas à vida”, realça o dirigente, acrescentando que quando há dinheiro e patrocínios há procura por parte dos atletas.
Na sua opinião, nestes momentos há que ser sensato e racional. “O associativismo, hoje, já não se faz por amor à camisola. Existem muitas despesas com equipamentos, carros, deslocações, bicicletas, etc... Não fazíamos estágios com os miúdos por falta de condições e isso não pode acontecer”, realça o neto do ciclista que dá nome ao clube e que venceu duas Voltas a Portugal em bicicleta, em 1931 e 1934).
José Nicolau defende que os jovens atletas deveriam ser subsidiados para participarem nas provas profissionais mas o clube não tinha essa capacidade e entende que muitos tenham saído. O antigo ciclista profissional diz que nada é definitivo e que se, no futuro, as coisas melhorarem não fecha as portas a reactivar o clube.

Clube de Ciclismo José Maria Nicolau  suspende actividade por falta de patrocínios

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido