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“Não me imagino a trabalhar longe da minha família”
Bernardo Piedade trabalhar em O Melro há cinco anos mas cresceu no restaurante dos pais e é apaixonado pelo que faz

“Não me imagino a trabalhar longe da minha família”

Bernardo Piedade cresceu entre tachos e panelas no restaurante dos pais e é na cozinha que gosta de dar asas à criatividade, embora também sirva às mesas, trate dos doces e ainda faça a contabilidade. Tem 24 anos e não se imagina noutra actividade. Gosta do que faz e está sempre a desenvolver ideias que possam ajudar a melhorar o restaurante O Melro.

Bernardo Piedade cresceu entre tachos e panelas no restaurante dos pais. António Piedade começou por ter um restaurante na Póvoa de Santarém com a esposa, onde ganharam experiência. Há cerca de 14 anos decidiram agarrar a oportunidade e abriram o restaurante O Melro à beira da Estrada Nacional 3, na Portela das Padeiras, em Santarém. António Piedade começou a trabalhar num restaurante em frente ao mercado municipal da cidade e ganhou gosto pela profissão. Por isso decidiu ter o seu próprio negócio. Uma paixão que passou ao resto da família.
Em criança Bernardo apanhava boleia com um senhor conhecido que o deixava na escola, no restaurante dos pais ou em casa. As refeições eram todas no restaurante e Bernardo foi-se afeiçoando à cozinha. Actualmente, com 24 anos, só não está mais tempo de volta de tachos e panelas porque tem outras responsabilidades. Chega ao restaurante por volta das 11h30 e começa a ajudar em tudo o que é necessário para a confecção das refeições. As salas têm capacidade para 120 pessoas e estavam sempre lotadas antes de a pandemia lhes trocar as voltas.
A comida caseira, com doses generosas a preços acessíveis, conquistou muitos clientes que optam por O Melro para almoçar ou jantar diariamente. Bernardo Piedade sabe que um dos segredos para cativar clientela é o atendimento. Para melhorar essa parte pretende, quando os restaurantes puderem reabrir, ter menos mesas e apostar ainda mais no atendimento personalizado.
“Tínhamos sempre as salas cheias e pessoas à espera para serem atendidas. Andávamos sempre a correr, o que não nos permitia dar toda a atenção que desejávamos aos clientes. Por isso, quando reabrirmos vamos ter menos mesas, apostar em menus diferentes e alternativos para todos os gostos. E vamos dar ainda mais atenção aos clientes. Queremos que haja mais tempo para conversarmos, se essa for a vontade das pessoas”, explica o filho mais novo de António Piedade, que assistiu à conversa com O MIRANTE.

“Cozinhar e fazer doces
é uma terapia”
Bernardo Piedade começou a trabalhar no restaurante dos pais há cinco anos. Tinha 19 anos e foi o seu primeiro e único emprego. Admite nem sempre ser fácil trabalhar em família. “O facto de sermos família faz com que sejamos mais directos e sinceros e não temos papas na língua. Às vezes, com o stress do dia-a-dia, exaltamo-nos mas meia hora depois já está tudo bem. É a vantagem de sermos família. Não gostava de trabalhar noutro local nem me imagino a trabalhar longe da minha família. É aqui que sou feliz e vou continuar a ajudar esta casa a crescer e a melhorar porque há sempre pequenas coisas a melhorar”, afirma.
Sempre que tem um tempo livre, sobretudo depois dos almoços ou dos jantares, Bernardo vai para a cozinha fazer sobremesas. Mousse de chocolate, cheesecake de frutos vermelhos ou cheesecake de lima com caramelo são as suas especialidades. Também gosta de fazer os bifes com diferentes molhos. Aprendeu tudo com a mãe, que é a cozinheira, juntamente com outra funcionária. “Além de ter aprendido com a minha mãe sou um curioso e gosto de ir à Internet e experimentar receitas. Cozinhar e fazer doces é uma terapia”, explica.
Com a pandemia, O Melro teve que encerrar portas, como todos os restaurantes, mas continua a funcionar em take-away e as vendas têm corrido bem. Em média, têm cerca de meia centena de clientes por dia, ao almoço e jantar. Continuam a apostar na comida caseira e tradicional. Às quintas-feiras e domingos é cozido à portuguesa e tem sido um prato muito procurado, sendo os dias mais fortes do restaurante.
Os clientes podem escolher as especialidades da casa que estão disponíveis todos os dias: chocos à lagareiro, polvo à lagareiro, bacalhau à lagareiro, frango no churrasco, grelhados, secretos de porco, lagartos e picanha. Depois há o prato do dia onde não falta, por exemplo, queixadas ou mão de vaca com grão. “Não nos podemos queixar com a procura que temos tido com o take-away. O facto de estarmos à beira da Estrada Nacional 3 também ajuda porque as pessoas passam e param para comprar”, sublinha.

“Não me imagino a trabalhar longe da minha família”

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