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Biotério em Azambuja foi uma miragem

Presidente da câmara lamenta que o projecto da criação de um biotério em Azambuja não tenha passado do papel. Município disponibilizou terreno mas a CCDR e a Fundação Champalimaud meteram o projecto na gaveta depois de muita controvérsia que envolveu contestação a nível nacional.

Não avançar com o biotério em Azambuja – um centro altamente tecnológico de criação de cobaias para investigação científica – foi um erro e uma perda para todo o concelho. A ideia é vincada a O MIRANTE pelo presidente do município, Luís de Sousa (PS), uma década depois dos autarcas locais terem visto o projecto esfumar-se após promessas de mais emprego e riqueza para a região.
“O projecto morreu, nunca mais foi falado nem visto. Acho que foi uma grande perda para o nosso concelho, iria criar evolução e postos de trabalho. Era um projecto muito tecnológico e seria uma imensa mais valia para Azambuja. Foi uma pena”, lamenta Luís de Sousa.
O sonho de ter um centro avançado em investigação científica esfumou-se em 2013, cinco anos depois de ter sido anunciado para aquele concelho por Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud. O projecto bateu na trave depois da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo ter emitido um parecer desfavorável à alteração do Plano Director Municipal (PDM) de Azambuja, que iria permitir instalar aquele equipamento em terreno cedido pelo município.
O terreno de três hectares, situado à saída da vila junto da empresa SIVA, estava classificado de espaço verde no PDM e apesar de a câmara ter tentado alterar a sua classificação para espaço industrial, para acomodar o projecto, a CCDR foi inabalável na pretensão. O município reformulou a fundamentação mas entretanto deixou de haver interesse por parte da fundação, ao mesmo tempo que o assunto gerava polémica nacional com plataformas de defesa dos animais a condenar o projecto.

Milhões que nunca chegaram
O biotério de Azambuja foi prometido como sendo um dos melhores do mundo, obedecendo a critérios rigorosos e tecnicamente avançados na criação de animais que iriam permitir fazer avançar a ciência. Focar-se-ia na investigação de doenças do cérebro e oncológicas. O presidente da câmara de então, Joaquim Ramos, considerava o projecto uma mais-valia e um foco importante de emprego para aquela vila, gerando além dos 100 trabalhadores do biotério toda uma rede de sectores de apoio como a limpeza, rações, medicamentos e produtos ligados à criação animal.
O equipamento previa um investimento de 36 milhões de euros, dos quais 9 milhões provinham de financiamento privado e o restante de fundos comunitários, uma parte dos quais proveniente do pacote de apoios prometidos pelo Governo nas compensações pela deslocalização do aeroporto da Ota, que também nunca chegaram à região. Apontava-se 2010 como o ano das etapas finais de construção e equipamento da unidade mas nada chegou a ser feito.
O MIRANTE contactou a Fundação Champalimaud sobre o assunto mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição.

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