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O Dia da Mulher na óptica do feminista encartado e a novela de um aeroporto que nunca mais aterra

Fenomenal Manuel Serra d’Aire

O Governo anunciou que vai voltar a estudar a hipótese do Campo de Tiro de Alcochete como hipótese para novo aeroporto de Lisboa. Isto meio ano depois de o primeiro-ministro ter dito em Benavente que essa opção estava descartada. Se há novela entusiasmante e desconcertante é esta do novo aeroporto para servir a capital. E longa, também, pois já dura pelo menos há umas boas décadas.
Cingindo-me apenas a este século, o novo aeroporto primeiro esteve para aterrar na Ota. Houve até um ex-ministro com nome de treinador de futebol, chamado Mário Lino, que disse, em francês da Sorbonne, que “aeroporto na margem sul jamais! (ler jamé)”. Só que alguns milhares de euros de estudos depois concluiu-se que afinal essa não era a melhor localização. Os autarcas em redor da Ota - entre eles alguns ribatejanos, que já contavam com o ovo no cu da galinha - sentiram-se defraudados nas suas expectativas e o Governo de Sócrates (não confundir com o filósofo grego, que já não está cá para se defender) prometeu-lhes umas resmas de infraestruturas para os compensar. Obviamente, compensações viste-las....
Mas adiante: nessa altura o Campo de Tiro de Alcochete, ali na ponta sul do nosso Ribatejo, passava a ser o local de eleição para o aeroporto e houve inclusivamente alguns autarcas mais precipitados ou ingénuos que exultaram com a possibilidade. Só que foi sol de pouca dura porque após mais uma dança de cadeiras governamentais (e de mais uns milhares largos de euros de estudos, certamente) concluiu-se que o Montijo era afinal o sítio certo para pôr os aviões a pousar. E a certeza era tanta que o primeiro-ministro António Costa, como já referi atrás, dizia há meio ano que Alcochete tinha passado à história.
Só que como o primeiro-ministro tem alguns problemas com a pronúncia de certas sílabas, é possível que tenha dito ou tenha querido dizer outra coisa qualquer e a malta percebeu-o mal. O que sempre pode servir de justificação para Alcochete estar de novo na mesa. Depois de mais esta rábula, um dia destes ainda vemos regressar à opção Ota, tal é a imprevisibilidade e inspiração dos argumentistas.
De qualquer modo, a minha aposta é que não vai haver novo aeroporto algum, pelo que discutir onde se vai localizar uma coisa que nunca irá existir parece-me um exercício burlesco e que só serve para perder tempo e gastar milhões nos celebérrimos estudos...
No dia 8 de Março celebrou-se mais um Dia Internacional da Mulher e eu, feminista encartado e com provas dadas, rejubilei com a efeméride, porque as desigualdades entre machos e fêmeas continuam a ser flagrantes, estúpidas e anacrónicas. É verdade que as mulheres actualmente já podem votar, jogar à bola e ir à tropa, o que sugere uma igualdade que, efectivamente, não existe porque os homens continuam sem conseguir parir.
Os exemplos de discriminação estão à vista de todos e só não vê quem não quer. Basta estar atento aos sinais luminosos para atravessamento de peões nas passadeiras. Por que razão só existe aquele boneco andrógino, ora vermelho ora verde? Por que razão não hão-de os sinais luminosos para os peões ter uma silhueta curvilínea de saltos altos e cabelo ao vento a simbolizar o humano feminino que quer atravessar a estrada? Ah pois é!!! Quem souber que responda…
Um grande viva ao mulherio
do eterno feminista
Serafim das Neves

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