Joaquim Ramos morre com um linfoma depois de se salvar de um ataque cardíaco
Ex-presidente da Câmara de Azambuja faleceu aos 70 anos no Instituto Português de Oncologia onde estava internado há meses. Há sete anos, quando tinha tido um ataque cardíaco na sua casa de férias, ficou com uma elevada incapacidade.
Morreu o presidente que teve de renunciar ao cargo em 2013 depois de um ataque cardíaco lhe ter tirado 64 por cento das suas capacidades. Joaquim Ramos, presidente da Câmara de Azambuja entre 2001 e 2013, afastou-se da vida autárquica desde essa altura e só aparecia em algumas iniciativas do PS ou do Movimento Cívico “Plataforma EN3”, do qual foi um dos impulsionadores. O ex-autarca, que contava com 70 anos de idade, lutava agora contra um linfoma na garganta e estava há vários meses internado no Instituto Português de Oncolongia, em Lisboa.
Inês Louro, presidente de Junta de Freguesia de Azambuja e amiga do ex-autarca, admite que a situação de Joaquim Ramos era grave, embora mantivesse a esperança de que este fosse melhorar uma vez que tinha saído dos cuidados intensivos ainda na mesma semana dias antes da morte, na sexta-feira, 5 de Março.
Joaquim Ramos tinha sobrevivido por sorte ao ataque cardíaco, já que o helicóptero do INEM estava por perto quando foi dado o alerta. O ex-autarca estava na sua casa de férias, na praia do Bom Sucesso em Óbidos, quando se sentiu mal no dia 5 de Abril de 2013. Joaquim Ramos estava na altura sozinho em casa e foi ele que ligou para o número de emergência 112. Foi assistido pelos bombeiros e transportado para o Hospital de Caldas da Rainha, de onde saiu de helicóptero cerca de hora e meia depois para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. No Santa Maria os médicos deram-lhe dois por cento de probabilidade de sobrevivência.
Ainda que desejasse ter terminado o último mandato, Joaquim Ramos adiantou que nesse ano se teria despedido da política afirmando que o seu objectivo sempre foi a nível local e não mais que isso. “Nunca tive qualquer aspiração política a nível nacional. O único cargo que me interessava do ponto de vista político era em Azambuja, por dedicação à minha terra”, disse a O MIRANTE numa entrevista de Janeiro de 2020.
Antes de ser presidente da câmara, Joaquim Ramos fez dois mandatos como presidente da assembleia municipal. Na sua carreira profissional, o ex-autarca foi quadro superior na Câmara Municipal de Lisboa em diversos sectores ligados ao Ambiente, tendo sido igualmente professor universitário, na área da Economia, a sua área de formação. Joaquim Ramos tinha como “valor maior” a família e tinha como passatempo “as viagens, a pintura, a leitura e a escrita”.
A O MIRANTE, o seu sucessor, Luís de Sousa, salienta que esta é “uma grande perda para o concelho” uma vez que Joaquim Ramos “fez muito pelo concelho de Azambuja”. O autarca salienta ainda que recebeu a notícia com “uma enorme tristeza”. O município decretou três dias de luto municipal.