Selado acordo para resolver impasse do antigo cemitério de Alverca
Município vai apoiar financeiramente a junta de freguesia na operação de exumação e trasladação dos restos mortais sepultados no velho cemitério. Pela primeira vez, em quarenta anos, há luz ao fundo do túnel para resolver um velho problema.
Depois de quatro décadas de queixas da população, promessas, avanços e recuos, brigas políticas entre câmara e junta de freguesia, foi dado na última semana o derradeiro passo para resolver o problema da desactivação do antigo e degradado cemitério de São Sebastião, em Alverca.
Foi aprovado por unanimidade, em reunião pública de câmara, o contrato interadministrativo a ser assinado entre a Câmara de Vila Franca de Xira e a União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho para resolver o problema do velho cemitério.
O documento dá seguimento ao longo processo de desactivação daquele equipamento, que já fez correr muita tinta devido ao seu estado de degradação. Prevê que seja o município a suportar os custos de exumação dos cadáveres sepultados naquele cemitério. À junta de freguesia caberá suportar os custos de trasladação e transferência de cadáveres inumados e sepultados no cemitério de São Sebastião para o novo cemitério da Cruz das Almas, também situado em Alverca. A câmara compromete-se a pagar à junta de freguesia metade dos custos de eliminação, por incineração, das ossadas humanas abandonadas existentes naquele cemitério.
O acordo foi alvo de negociações intensas entre as duas partes, que vão ainda acordar e aprofundar formas de cooperação no âmbito da manutenção, salvaguarda e preservação dos jazigos ali existentes. Actualmente estão identificadas 464 campas e 14 jazigos naquele cemitério, sendo que em algumas campas poderão ser encontrados mais do que um corpo, o que poderá fazer aumentar os custos para as duas entidades. A estimativa do município aponta para um custo inicial a rondar os 90 mil euros.
“Finalmente vamos ter condições de resolver um problema que há muito era necessário resolver. Parte significativa das campas vão sair dali mas o cemitério vai manter-se parcialmente, com alguns jazigos e campas perpétuas que não temos condições para resolver”, explica Alberto Mesquita.
Bombeiros queriam terreno para ampliar quartel
O presidente da câmara elogia a gestão do executivo de Carlos Gonçalves na Junta de Alverca, que “sempre teve uma perspectiva proactiva” para resolver o problema. Sobre o destino a dar ao terreno do cemitério o autarca diz que não está ainda previsto que este passe para a posse dos Bombeiros de Alverca.
“A antiga direcção dos bombeiros sempre manifestou interesse em usar aquele terreno para ampliar o quartel, mas ultimamente há opiniões em sentido contrário. Por isso o destino a dar ao terreno é uma matéria que vai ficar em espera para mais tarde se tomar uma decisão em definitivo”, explica. A expectativa é começar a trasladar os primeiros corpos ainda este ano.