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Campeões a levantar pesos
Humberto Rocha e Pedro Martins são amigos unidos pela paixão do powerlifting e um osso duro de bater nas competições

Campeões a levantar pesos

Humberto Rocha e Pedro Martins vão representar Vialonga no Mundial de Powerlifting.

Amigos somam títulos nacionais e já foram campeões europeus. A meta é serem os melhores do mundo levando a bandeira de Vialonga na bagagem, disputando uma modalidade que ainda não é muito conhecida.

Levantar perto de 400 quilos em ombros não é para os fracos de pulmão mas para Humberto Rocha e Pedro Martins esse é quase o prato do dia da modalidade por que se apaixonaram há duas décadas: o powerlifting.

É um desporto de força ainda pouco conhecido na comunidade. O objectivo é levantar o maior peso possível em cada um dos três movimentos pelos quais o desporto é composto: o agachamento (squat), supino (bench press) e levantamento de terra (deadlift). O powerlifting tem raízes nos antigos impérios persa e grego e foi oficialmente reconhecido como modalidade desportiva em 1960.

“Estamos a tentar divulgar esta modalidade que é ainda pouco conhecida. Se falarmos em culturismo ou halterofilia mais ou menos toda a gente sabe o que é. No powerlifting há ainda algum desconhecimento”, lamenta Pedro Martins a O MIRANTE.

Pedro Martins é de Vialonga, tem 41 anos, trabalha na área da electromecânica e há quem o conheça por ter sido eleito o homem mais forte de Portugal, em 2000, na prova Strongman. A sua paixão pela cultura do corpo levou o amigo, Humberto Rocha, que tem 50 anos e é de Santo António dos Cavaleiros, Loures, a juntar-se a ele nos treinos que fazem em Vialonga, no ginásio Viafitness, que é o único apoio que têm tido na luta pelos troféus.

Competem por carolice e paixão e pagam tudo do seu bolso. Somam já dez títulos de campeões nacionais - o último dos quais conquistado há três semanas frente a uma centena de adversários - e já se sagraram ambos campeões europeus em França, em 2019. Humberto Rocha já ganhou também um campeonato ibero-americano. A dupla está agora apurada para o campeonato do mundo que se realiza em Novembro em Portugal. E, pela sua idade, Humberto Rocha vai tentar bater o recorde mundial do seu escalão e peso, levantando 260 quilos e tentando bater os actuais 230.

Ambos têm a paixão pelo desporto e bem-estar e gostam de cuidar do corpo. Garantem que o desporto não é perigoso mas ressalvam que os resultados não aparecem de um dia para o outro, ao contrário de outros desportos. “É preciso muito treino e os primeiros resultados podem aparecer ao fim de três ou quatro anos de luta. É um desporto de muita paciência porque depois de se chegar a um pico de forma é preciso conseguir ultrapassá-lo. E muita gente desiste ao fim de alguns meses por não ver resultados. Não dá neste desporto, é um trabalho de formiga”, revela Pedro Martins.

A persistência e a obstinação é o que faz deles campeões. “Trabalhamos muito a técnica e traçamos marcas para nós próprios que tentamos depois ultrapassar com uma metodologia de treino muito específica”, contam. Têm sempre o estado de saúde debaixo de olho e treinam de segunda a sexta-feira durante três horas, só parando ao sábado e domingo para repouso.

Arroz, atum e carnes brancas fazem parte da ementa comum dos dois atletas. Só comem carnes vermelhas quando estão a impor ritmos mais elevados de carga. Defendem que toda a gente deve praticar desporto, seja ao seu ritmo ou num ginásio. Ficar parado no sofá é que não. A pandemia também afectou as suas rotinas de treino, com o encerramento dos ginásios, mas o segredo agora é compensar o tempo perdido.

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