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Privilegiamos um ensino prático  e em interação com o mundo do trabalho
Maria Salomé Rafael, presidente do C.A da Escola Profissional do Vale do Tejo – Santarém, presidente da Direção da Escola Profissional de Coruche, presidente da Direção da Escola Profissional de Hotelaria e Turismo de Lisboa e Polo de Santa Iria

Privilegiamos um ensino prático  e em interação com o mundo do trabalho

Quando um aluno prossegue o seu percurso escolar respeitando a sua vocação profissional torna-se um profissional de referência.

A escassez de técnicos qualificados em determinados setores de atividade tem vindo a assumir contornos cada vez mais preocupantes, principalmente junto dos agentes económicos. Como bem o sabemos, não há desenvolvimento económico sem empresas e não há empresas se estas não conseguirem, no seu contexto local ou setorial, recrutar profissionais qualificados em número suficiente para responder às suas necessidades. Todas as políticas públicas que venham a ser implementadas e que visem o desenvolvimento territorial devem ter em atenção esta premissa.

Foi precisamente com esta missão, de ajudar a formar técnicos qualificados que surgiram, há 33 anos, as escolas profissionais. Desde então, o trabalho de grande proximidade que as EPs estabeleceram com as empresas, os encarregados de educação, os alunos e as autarquias, tem contribuído para a sua afirmação no território e para a assunção do ser verdadeiro papel de motor de desenvolvimento socioeconómico.

A importância das Escolas Profissionais como motor de desenvolvimento económico emerge inequivocamente se notarmos que, nos países europeus e da OCDE mais desenvolvidos, entre 60% a 70% dos jovens que estão no ensino secundário frequentam cursos profissionais. Em Portugal, apenas 35% dos jovens que frequentam o ensino secundário estão em cursos profissionais, apesar do Governo ter assumido junto da União Europeia a meta de 50%.

Não obstante os esforços da tutela para a valorização desta modalidade de ensino, que justamente reconhecemos, é preciso reforçar todos os investimentos nesta área e adotar novas estratégias.

É fundamental que os jovens e as suas famílias, no momento em que são chamados a decidir sobre o futuro escolar de cada um, o façam de forma consciente e responsável, tendo como suporte informação objetiva sobre todas as vias de acesso e as ofertas formativas, o que nem sempre acontece.

Há que dotar os Serviços de Psicologia e Orientação dos recursos necessários para que esse encaminhamento vocacional dos jovens possa ser feito atempadamente. Sabemos, por experiência própria, que quando um aluno prossegue o seu percurso escolar respeitando a sua vocação profissional, se tornará um aluno dedicado e um profissional de referência.

Paralelamente, é indispensável que se trabalhe no sentido da valorização social de determinadas profissões sobre as quais ainda existe algum estigma social. O resultado tem sido a recusa dos jovens em ingressarem em determinadas áreas formativas de caráter mais técnico e especializado, em setores com elevadas taxas de empregabilidade e com salários muito acima da média.

A escassez de técnicos nestas áreas, que se irá acentuar nos próximos anos, deve consciencializar-nos para esta mudança de mentalidades que urge fazer na sociedade e que só será possível com o contributo de todos: governo, empresas, sindicatos, associações empresariais, comunicação social, escolas e famílias.

Nas nossas escolas profissionais sempre foi nosso apanágio trabalhar em estreita sintonia com as empresas, municípios e com toda a comunidade educativa. Privilegiamos um ensino mais individualizado, mais prático, em permanente interação com o mundo do trabalho, o que possibilita aos alunos o desenvolvimento de competências técnicas e sociais necessárias a um futuro de sucesso.

Os estágios curriculares realizados em empresas nacionais, ou no estrangeiro, ao abrigo do programa Erasmus + têm contribuído para o desenvolvimento da autonomia dos nossos jovens e para fortalecimento de um pensamento crítico e socialmente interventivo.

Privilegiamos um ensino prático  e em interação com o mundo do trabalho

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