As mortes no Tejo e os políticos a assobiar para o lado
Com o Tejo não se brinca, diziam os meus familiares que viviam perto do rio e eram testemunhas frequentes dos dramas causados pelas cheias, correntes e fundões traiçoeiros.
Com o Tejo não se brinca, diziam os meus familiares que viviam perto do rio e eram testemunhas frequentes dos dramas causados pelas cheias, correntes e fundões traiçoeiros. Uma rotina que, infelizmente, permanece activa, pois só neste mês de Junho dois jovens de 15 anos perderam a vida no rio, afogados, em Santarém e em Alhandra. Tomavam banho onde tantos outros já o fizeram, em locais sem vigilância nem meios de apoio e de sinalização. O rio continua entregue ao Deus dará neste nosso Ribatejo, salvo raras excepções, sem o devido aproveitamento para o lazer, para o desporto, para o turismo. Por aqui passa o maior rio da Península Ibérica, enquanto a maioria dos nossos autarcas assobiam para o lado, fingindo que não o vêem, talvez por falta de ideias do que fazer com ele... Chama-se a isto deitar pérolas a porcos, salvo seja.
Ernesto Folgosinho