A cidade de Vila Franca de Xira tem uma “capacidade ímpar” para atrair turistas que visitam Lisboa por ter a novidade e a diversidade que estes procuram. Por esse motivo a proximidade com Lisboa é sempre uma vantagem e nunca um problema. A ideia foi defendida na noite de segunda-feira, 28 de Junho, pelo presidente da Junta de Vila Franca de Xira, João Santos, durante a sessão solene comemorativa dos 37 anos de elevação a cidade. “As tertúlias são museus vivos da nossa identidade e da nossa história, com uma capacidade ímpar para captar turistas. O mesmo se passa com o campo e o rio. O Colete Encarnado e a Feira de Outubro remetem-nos para os nossos antepassados e qualquer território para se desenvolver deve homenagear os seus antepassados”, defendeu João Santos. O autarca diz que ainda há trabalho a fazer para tornar melhor a cidade, uma ideia também defendida por Filipe Valente, presidente da assembleia de freguesia. “Estamos atentos à degradação de algum edificado e não podemos ignorar o problema do Vila Franca Centro”, frisou.

A cerimónia realizou-se no auditório do Ateneu Artístico Vilafranquense e contou com a presença de várias dezenas de pessoas, apesar do agravamento da situação pandémica no concelho e na Área Metropolitana de Lisboa. O presidente do município, Alberto Mesquita, realizou a sua última intervenção como presidente no Dia da Cidade e confessou-se muito emocionado por viver tal momento. “Foi um prazer e uma honra ter servido a comunidade durante todos estes anos. Mas temos de ter a clarividência para perceber quando é que o nosso ciclo terminou”, confessou.

Os homenageados

Foram premiadas com os galardões de mérito 25 personalidades, um número acima do comum por incluir também as que não puderam receber o prémio em 2020 devido à situação pandémica. Carlos Teles, Vítor Bico “Litri” e Luís Valença receberam o galardão de mérito identitário. João Conceição e o Clube Vilafranquense o galardão de mérito associativo. Foram também entregues o galardão de mérito cívico a Fernando Carneiro, ao bar Flor do Tejo e a Alice Lambuça. O mérito desportivo coube a Firmino Gil e Ana Catarina Pereira. José de Carvalho recebeu o galardão de mérito cultural e José Maria Rodrigues, Armando Jorge de Carvalho, o agrupamento de escuteiros 823 e a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens o galardão de mérito social.

Por fim a freguesia distinguiu também os dez presidentes da assembleia de freguesia que foram eleitos no período democrático – Eduarda Nobre, Júlio Simões, Alberto Seco, António Alves Machado, José Costa Ferreira, Laurindo Correia, Fernando Paulo Ferreira, Sandra Marcelino, Orlando Silva e António de Matos Oliveira. A cerimónia encerrou com um momento de fado marialva.

José Fidalgo recordado com emoção

A cerimónia ficou marcada pelas evocações à memória de José Fidalgo, investigador, figura de mérito da cidade e ex-presidente da junta, falecido recentemente. Além de um minuto de silêncio a anteceder a cerimónia, seguido de uma forte salva de palmas, nenhum dos oradores quis deixar passar a oportunidade de lembrar José Fidalgo. Filipe Valente recordou um homem “humanista e amigo” que muito deu à cidade. João Santos lembrou uma pessoa extraordinária e prometeu que a cidade não se esquecerá dele, garantindo que irá homenageá-lo “em devido tempo”. Já Alberto Mesquita teve a intervenção mais sentida da noite acabando o seu discurso olhando para o céu. “De certeza que estejas onde estiveres estás a gostar do que está a acontecer”, afirmou com a voz embargada.