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Associação apoia mais de cem famílias em Salvaterra de Magos
Grupo de amigos Há de Haver ajuda, actualmente, 118 famílias do concelho de Salvaterra de Magos

Associação apoia mais de cem famílias em Salvaterra de Magos

Grupo de amigos Há de Haver apoia mais de cem famílias carenciadas do concelho de Salvaterra de Magos.

O projecto nasceu com o primeiro confinamento e continua a fazer sentido porque há muita gente a precisar de ajuda.

No Natal do ano passado o grupo informal Há de Haver conseguiu equipar uma casa totalmente para abrigar uma cidadã brasileira que não tinha onde viver. A senhora chegou a Salvaterra de Magos naquela altura e ficou muito desamparada. Numa semana uniram-se e conseguiram equipar uma casa com electrodomésticos e móveis proporcionando-lhe um lar pequeno mas acolhedor. Ajudaram-na a encontrar emprego, hoje está inserida na comunidade e contacta o grupo regularmente a perguntar se é preciso ajuda. Este é o espírito do grupo que foi criado para ajudar quem precisa.

Ricardo Cipriano, 40 anos, é o mentor do grupo do concelho de Salvaterra de Magos. Monitor no Centro de Reabilitação e Integração de Benavente (CRIB), decidiu ajudar quem precisa quando começou o primeiro confinamento, em Março de 2020. “Estava em casa sem fazer nada e comecei a pensar nos idosos que estavam sozinhos, não podiam sair de casa e precisavam de ajuda. A ideia inicial era apoiar grupos de risco, que estão mais vulneráveis, mas os pedidos de ajuda foram aumentando, o grupo foi muito além da ideia inicial e começou a crescer”, explica a O MIRANTE.

Falou com amigos sobre a sua ideia e, actualmente, são cerca de meia centena de voluntários que ajudam a recolher alimentos e entregar nas casas das famílias mais carenciadas. Recentemente, tiveram conhecimento de uma jovem, de 23 anos, que vive nos Foros de Salvaterra com a irmã de 17 anos numa casa com poucas condições.

A jovem assumiu a responsabilidade de criar a irmã mais nova por serem oriundas de uma família disfuncional. Apesar de trabalhar o dinheiro não chega até ao final do mês e decidiu pedir ajuda a um dos elementos do grupo. “Levámos um cabaz com alimentos mas quando vimos que o frigorífico estava vazio fomos ao hipermercado. Comprámos carne, peixe e outros alimentos essenciais para que aquelas duas irmãs pudessem comer em condições”, conta Ricardo Cipriano.

Catarina Vaz tem 51 anos e é professora de Educação Visual e Tecnológica. Quando Ricardo Cipriano a convidou para o grupo não hesitou. Neste momento ajudam 118 famílias. A professora explica que a maior parte das pessoas que necessitam são aquelas que tinham emprego fixo há muitos anos e de repente foram despedidas. Ou então que estão em lay-off e com os rendimentos diminuídos.

“Somos um grupo diversificado, desde donas de casa até pessoas com doutoramento, quase todos com emprego fixo. Sentimo-nos bem a ajudar e neste momento estamos a perceber se vamos continuar. Acredito que os pedidos de ajuda vão continuar mesmo depois da pandemia passar”, sublinha Catarina Vaz.

A 14 de Março deste ano, para assinalarem um ano de actividade, organizaram uma recolha de alimentos para continuarem a tarefa de ajudar quem mais precisa. Não estavam à espera de muitos apoios pois o país estava, uma vez mais, em confinamento. Ficaram surpreendidos com a generosidade das pessoas que permitiu ajudar cerca de uma centena de pessoas.

O grupo não ajuda com dinheiro, só em situações excepcionais como a de uma família, com um bebé, que não tinha dinheiro para pagar a renda da casa. Naquele mês todos deram algum dinheiro para aliviar o sufoco daquela família.

Recolha de alimentos para ajudar famílias carenciadas

Ricardo Cipriano e Catarina Vaz explicam que há cada vez mais pobreza envergonhada no concelho e tentam combater esse flagelo primando pela discrição. O grupo está nas redes sociais e ajuda quem precisar sem fazer julgamentos. No próximo domingo, 4 de Julho, o Há de Haver vai fazer uma recolha de alimentos entre as 09h00 e as 17h00, no Largo das Festas, em Marinhais. Quem quiser ajudar é só aparecer com alimentos que depois vão ser distribuídos por famílias carenciadas do concelho.

Associação apoia mais de cem famílias em Salvaterra de Magos

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